Está no tempo de as bater, bem batidas!...

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Ter, 05/12/2017 - 10:41


Olá familiazinha!
Somos chegados ao último mês do ano, o mês do Natal.
As geadas marcam presença assídua nas madrugadas frias, o que faz com que muita gente da família já comece a pensar na matança do seu cevado, embora uns por problemas de saúde e outros por falta de tempo, cada vez haja menos quem possa criar porcos, pois dá muito trabalho e despesa.
No dia 30 de Novembro quem fez anos foi o nosso ministro dos parabéns, nomeado assim por ser ele que, durante todo o ano, canta os parabéns a quem está de aniversário.
É ele o meu João André: João porque eu não sou e André por ter nascido no dia deste santo.No dia do seu aniversário não lhe faltaram muitos miminhos de toda a família.
Na semana passada também esteve de parabéns a nossa avó Laurinda, de Bragança, que festejou a sua juventude dos 90 anos, a matriarca dos Farruquinhos; também a tia Otília, de Coelhoso (Bragança), a tal ‘riquíssima’ que tem sete casais de filhos, completou 78 anos e o tio Mendonça, de Canavezes (Valpaços) fez 82 anos de vida. Parabéns a todos e que tenham muita saúde.
Para a semana trago-vos o almoço de natal da família do tio João, mas por agora vamos à azeitona!...

 

É com a geadinha na ‘benta’ que, ao início de cada manhã, as pessoas se vão juntando para irem à apanha da azeitona, da qual fazem o azeite para consumo próprio e assim sabem o que comem. Este ano a produção é inferior a anos anteriores, devido às condições climatéricas mas, mesmo assim, ainda está a ser melhor do que se previa.
Quem tem muita produção já opta por fazer o trabalho com vibradores, máquinas que fazem com que a oliveira trema e a azeitona caia. Há quem diga que esta maquinaria prejudica as oliveiras, mas também há quem diga o contrário e que até faz bem às raízes das oliveiras.
Também temos quem defenda que o tipo de lagar tem influência na qualidade do azeite, pois nos lagares mais modernos o azeite é feito com mais rapidez, enquanto que nos lagares mais tradicionais este processo é muito mais lento e isso faz-se notar nas características e acidez do azeite.
Em conversa com o tio Adérito Pinela, de Sacoias (Bragança), que andava a botá-las abaixo, falou-nos das variedades de azeitona, entre as quais a Santulhana, que se dá mais nas zonas de Santulhão, Izeda e Matela; a azeitona redonda, mais conhecida por Borrega, a Cobrançosa e a Lentisca que se cultivam mais nas terras de Bragança; a Verdeal que é a que rende mais azeite e a Salgueira. Na zona de Bragança, por cada 5 a 6 quilos de azeitona retira-se um litro de azeite, na região de Macedo de Cavaleiros, Mirandela, Vila Flor e Carrazeda de Ansiães, um litro de azeite equivale a 4 ou 5 quilos de azeitona.
Nunca participei nestas labutas, porque não me consigo imaginar de vara na mão ou a apanhá-las do chão, mas invejo as monumentais merendas que se comem por lá, assim como as torradas untadas com azeite novo enquanto se faz o azeite no lagar.