Bina quer ser campeã no Grupo Desportivo Macedense

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Ter, 07/12/2021 - 15:35


É uma referência no futsal feminino no distrito de Bragança e a jogadora mais experiente. Bina Rodrigues é guarda-redes, tem 41 anos, e está longe de pendurar as luvas. Esta temporada mudou-se para o Grupo Desportivo Macedense, depois de ter representado o Santo Cristo nas últimas três épocas. Apaixonada pelo desporto desde tenra idade, começou no andebol mas a paixão era outra, o futsal onde acabou por mostrar valor.
No seu palmarés, a guarda-redes conta com 9 títulos distritais (7 ao serviço dos Pioneiros, 1 no Vimioso e 1 no Santo Cristo) e 4 taças distritais (Pioneiros de Bragança).

 

- Bina como surgiu o teu gosto pelo futsal e quando decidiste ser guarda-redes?

Decidi ser guarda-redes no Desporto Escolar. Na altura comecei no andebol e depois surgiu o futsal. Mais tarde, com a vinda da família, estive uns anitos parada e regressei mais tarde.

- E na altura o porquê de ires para o andebol?

Sempre gostei do Desporto Escolar. Sempre gostei de praticar desporto. Até andei no atletismo, mas na altura, em Vimioso, a única opção que tinha era o andebol.

- Ser guarda-redes foi uma escolha natural?

Costumo dizer que os guarda-redes têm que ser um bocadinho malucos (risos), porque para estar numa baliza a levar boladas e não desistir não é para toda a gente.

- O guarda-redes além de ter que ser bom tecnicamente também tem que ser forte psicologicamente? Concordas?

Sim, sem dúvida. A última bola passa sempre pelo guarda-redes. A culpa é sempre do guarda-redes mas temos que saber reagir.

- Lembras-te do primeiro golo que sofreste?

Ui. Já não me lembro. Lembro-me sim de jogar nos Pioneiros de Bragança e levar uma goleada com uma equipa do Porto,12-1 foi o resultado final. Recordo-me que quando marcámos o golo até beijei a minha colega na boca com a alegria. Foi um grande momento que ficou.

- Já realizaste vários jogos a nível nacional. É nestas provas que se ganha experiência já que são mais exigentes?

Aqui, no distrital de Bragança, como sabemos é um campeonato pequeno, são poucas equipas, há pouca competitividade e quando vamos ao nacional jogar com equipas muito fortes sentimos muitas dificuldades. No nacional ganhámos experiência e é sempre positivo participar, apesar das derrotas.

- Essas goleadas sofridas no nacional pelas nossas equipas acontecem face à falta de competitividade do nosso distrital? Não por falta de qualidade como é óbvio …

A qualidade esta lá. O problema é que treinar é uma coisa, competir é outra. Temos boas jogadoras mas quando jogam com equipas superiores nota-se alguma timidez e isso resulta do grande volume de jogos.

- Para os guarda-redes há sempre uma jogadora que é o dito “carrasco”, isso acontece contigo?

Há aquelas jogadoras que me dá imensa pica defrontá-las e quando lhes defendo um remate tem um sabor a vitória.

- Que jogadoras são essas?

A Sofia Miguel, por exemplo, que este ano é minha colega de equipa. É aquela jogadora que me dá mesmo muita pica defrontar. Há aquele olhar que parece que fala e diz “tirei-te a bola ou marquei-te golo” (risos). Há também a Irene Favas, a Inês e a Jéssica.

- Bina tens feito um percurso com jogadoras de gerações diferentes. Como é a relação com as mais novas?

Algumas têm idade para serem minhas filhas. Há aquelas brincadeiras de me chamarem “mãezinha” (risos). Eu costumo dizer, em tom de brincadeira, para terem respeito pela velhinha.

- O que fica dos clubes onde jogaste, nomeadamente Pioneiros de Bragança, Vimioso e Santo Cristo?

A saudade de voltar. Estive vários anos nos Pioneiros e no Vimioso, sendo que no Vimioso estava em casa. Faço cerca de 100 quilómetros para ir treinar, o que não é fácil, e no Vimioso estava praticamente em casa.

- Porque decidiste aceitar o desafio do Macedense?

Eu já não esto com grande idade para continuar a jogar e como será um dos últimos anos a ver se conseguimos subir e fechar em grande a época.

- O campeonato distrital, esta temporada, conta apenas com três equipas. Como olhas para o panorama actual do futsal feminino no distrito?

Como se costuma dizer esta época vai ser um pouco chato. Vamos jogar várias vezes com as mesmas pessoas. É triste pois podia haver mais equipas. Podia-se fazer algo para criar novas equipas. Há miúdas que treinam por lazer e se houvesse outra facilidade de entrar no campeonato ia trazer mais competitividade.

- A questão da covid-19 veio complicar ainda mais?

Sim, mas já antes havia poucas equipas. Recordo-me de o campeonato contar com seis equipas e foi o número máximo conseguido nos últimos anos.

- O que se pode esperar do Grupo Desportivo Macedense para esta temporada?

Somos um grupo muito unido. Estamos aqui todas para lutar pelo mesmo objectivo, ganhar e ser campeãs.