Banco de Portugal investiga Caixa de Crédito Agrícola de Alto Douro

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Ter, 24/01/2023 - 11:06


O Banco de Portugal está a investigar a Caixa de Crédito Agrícola de Alto Douro, segundo o jornal Público.

Esta instituição que tem 14 mil associados dos concelhos de Bragança, Macedo de Cavaleiros, Vinhais, Mirandela, Sabrosa, Valpaços, Murça e Alijó, tem vindo a estar envolvida em polémicas nos últimos tempos. Várias denunciadas de associados terão levado a Banco de Portugal a investigar a Caixa de Crédito Agrícola de Alto Douro. Ao jornal Público, negou ter recebido qualquer notificação relativa a uma acção inspectiva, mas o Banco de Portugal disse que está sujeito ao “dever de segredo”. Em Novembro de 2021, soube-se que responsáveis do banco são suspeitos de ajudar a lavar dinheiro, por terem permitido que centenas de milhares de euros com origem criminosa circulassem por contas-veículo. Os depósitos ou transferências não eram rejeitados, nem eram realizadas as comunicações de operações suspeitas ao Departamento Central de Investigação e Acção Penal, nem à Unidade de Informação Financeira da PJ, como é determinado por lei. Esta é uma das várias polémicas em que a Caixa de Crédito Agrícola de Alto Douro está envolvida. Outra são as eleições para a administração da instituição. Realizaram-se em Dezembro de 2021, num dos pontos da ordem de trabalhos da assembleia geral. A lista alternativa à direcção actual, por entender que o acto eleitoral devia ter acontecido numa assembleia própria, interpôs uma providência cautelar em tribunal para suspender as eleições. Mais de um ano depois e ainda se aguarda uma resposta do tribunal. Segundo Mário Abreu Lima, mandatário da lista alternativa, estão “aguardar que exista o julgamento, tanto da providência cautelar como do processo principal”. Já foi notificado para 30 de Janeiro marcar presença no julgamento da providência cautelar, prevendo que a primeira audição aconteça a 9 de Fevereiro. Mário Abreu Lima disse ainda que a actual administração nega o acesso a informações que deviam ser disponibilizadas e que faz até chantagem e persegue funcionários que apoiam a lista alternativa à direcção. “Estão a ser perseguidos, com processos disciplinares, suspensões de mandato, transferências, que não é, naturalmente, um acto civilizado dentro de qualquer estrutura”, frisou. Mário Abreu Lima admite que esta situação está a gerar instabilidade na Caixa de Crédito Agrícola do Alto Douro e a situação financeira da instituição reflectem-no. “Os resultados financeiros da caixa, por aquilo que nos chega, não são, portanto, brilhantes. São francamente, pelo que nos dizem, piores do que os resultados dos exercícios anteriores, o que prenuncia, à partida, uma situação de preocupação”, afirmou. A lista alternativa tem Mário Abreu Lima como mandatário, Nuno de Oliveira como candidato à mesa da Assembleia Geral, Jorge Nunes como candidato ao Conselho Superior, Fernando Rodrigues como candidato ao Conselho Fiscal e Ilídio dos Santos como candidato ao Conselho de Administração.

Jornalista: 
Ângela Pais