Carrazeda de Ansiães perdeu quase 800 habitantes em 9 anos

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Ter, 08/09/2020 - 12:30


De 2010 a 2019, segundo dados da PORDATA, o município de Carrazeda de Ansiães perdeu 795 pessoas.

Se há dez anos o concelho tinha 6470 habitantes, em 2018 passou a ter 5675. Segundo o presidente da câmara estes números eram expectáveis, visto que a quebra demográfica é um problema do interior, mas também nacional. João Gonçalves avançou que estes números estão relacionados com o envelhecimento da população e também com os mais novos que procuram outras regiões do país, onde têm mais oportunidades a nível profissional. “Terão que ser implementadas políticas nacionais, porque isto não é isolado num só concelho”, afirmou. Apesar de haver 349 idosos para cada 100 jovens e de o número de idosos ter aumentado de 32,4% para 34,6%, os nascimentos no concelho também aumentaram. Ainda assim, em 2019 nasceram 34 bebés e morreram 89 pessoas. Já a população estrangeira manteve- -se praticamente igual, com 1,9% de imigrantes no município. “Numa determinada altura procuraram Carrazeda devido aos trabalhos agrícolas, que são sazonais. Alguma população foi-se mantendo e estão permanentemente no concelho”, começou por explicar o autarca, referindo que a estabilização do número de estrangeiros no concelho deve-se a pessoas que procuram o concelho apenas em épocas específicas. “Não há duvida que nesta altura de colheitas de fruta, vindimas, e colheita da azeitona há uma procura muito maior de uma certa população que vem só fazer estas campanhas e não fica por cá, porque talvez também não arranja trabalho todo o ano”. A PORDATA revelou ainda que em 2019, o número de desempregados inscritos nos centros de emprego diminuiu 27% em relação a 2010. Nesse mesmo ano houve 601 alunos matriculados nos ensinos pré-escolar, básico e secundário e por cada 100 residentes com 15 ou mais anos, há 50 pensões atribuídas pela Segurança Social e pela Caixa Geral de Aposentações. Por outro lado, entre 2010 e 2018, o número de empresas não financeiras duplicou. “É sempre positivo quando há um aumento de número de empresas, a maior parte delas ligadas à agricultura e é nesse caminho que queremos continuar no sentido de cativar mais investimento de empresários, que criem essas empresas e que dêem oportunidade às pessoas que ainda estão desempregadas”, concluiu.

Jornalista: 
Ângela Pais