Quebra de castanha ronda os 60% no concelho de Vinhais mas há localidades onde chega aos 90%

PUB.

Qua, 04/01/2023 - 11:36


A falta de água e as temperaturas elevadas neste Verão trouxeram perdas significativas no sector da castanha na região e já há valores concretos

Só em Vinhais, a quebra ronda os 60%, mas há freguesias onde a perda chegou aos 90%. Se anualmente, neste concelho, a castanha gera 12 milhões de euros, nesta campanha gerou apenas 5 milhões, ou seja, perderam 7 milhões de euros. Para o presidente da Arbórea, Associação Agro- -Florestal da Terra Fria Transmontana, tendo em conta este cenário “muito preocupante”, as perdas são “incapazes de recuperar”. E a situação poderia ser ainda mais grave, se o preço da castanha não tivesse subido “20%” em algumas freguesias. “Em algumas localidades conseguimos ter os preços acima dos 3 euros, castanha que no ano passado custava 2,3 euros. Se não tivéssemos este aumento na ordem dos 20%, provavelmente a nossa quebra seria na ordem dos 80%”, disse Abel Pereira. Com a quebra da castanha já se prevê que outros sectores sejam afectados, até porque se os agricultores têm menos poder de compra, vão também investir menos. “Vai haver problemas não só em quem produz, mas também em quem tem um negócio de venda de factores de produção”, afirmou Abel Pereira. Perante os prejuízos, os agricultores pedem medidas de apoio. “De uma forma ou de outra impõe-se que se tomem medidas. Serão necessárias para estabilizar o sector”, frisou Abel Pereira, tendo esperança que em 2023 os factores de produção fiquem mais baratos e, por isso, os agricultores terão menos gastos. Tendo em conta as quebras significativas, a câmara de Vinhais levou, na passada sexta-feira, à Assembleia Municipal uma moção, com o objectivo de que o Ministério da Agricultura apoie os agricultores. “Terão que ser tomadas medidas, porque senão isto agrava ainda mais a situação de concelhos como o nosso, porque a castanha tem uma preponderância muito grande e claro toda a economia gira, ou neste caso, não gira por causa desta perda de produção. Portanto, pretendemos que os nossos produtores sejam ajudados”, disse o presidente do município, Luís Fernandes. O município de Bragança, na última Assembleia Municipal, também já tinha tomado uma posição face à quebra da produção de castanha na região, que ronda os “80%”. Propôs que “o Governo adopte medidas urgentes e muito concretas de apoio aos produtores de castanha, por exemplo, através de um apoio director, a título compensatório, tendo por base o diferencial entre a facturação desta campanha e a média aritmética dos três últimos anos, 2019, 2020 e 2021”.

Jornalista: 
Ângela Pais