Ter, 21/06/2005 - 15:06
A Câmara Municipal de Mirandela, a Associação para el Desarrollo del Guadajoz (ADEGUA), e a Chambre d’Agriculture du Gard são as entidades associadas neste programa, que pretende servir como um motor de atracção turística e de criação de mais riqueza para os olivicultores.
O projecto, que congrega os municípios de Mirandela, Baena (Espanha), e Nime (França), foi apresentado, na passada sexta-feira, em Mirandela, na primeira reunião do Comité Institucional, que abraça este programa de desenvolvimento.
Trata-se de um investimento que ronda os 850 mil euros, financiado pelo programa comunitário Interreg III.
Durante o encontro também foram assinados sete protocolos, relativos às acções que estão previstas até ao mês de Junho de 2007.
Olivicultores
apostam na promoção
Esta acção prende-se com o facto de, a partir de 2013, as ajudas comunitárias ao olival poderem deixar de ser um garante. Por isso os olivicultores já estão a tentar arranjar mecanismos, para poderem competir com o mercado mundial, não só com o azeite, mas também com a cultura e com o modelo social e cívico que rodeia este sector.
Este agrupamento de territórios oleícolas, com qualidade certificada dos seus azeites, é uma forma de valorizar a comercialização deste produto e, ao mesmo tempo, promover o turismo cultural vinculado à cultura da oliveira e à produção do azeite.
Esta iniciativa vai converter-se num sistema normalizado, que avaliará todos os produtos e serviços turísticos aderentes à marca, através da Carta de Qualidade.
O processo começa com um estudo de diagnóstico e potencial turístico da valorização da cultura da oliveira nestas três zonas do sudoeste europeu.
Quanto ao desenho do sistema de qualidade “Terra Olea” vão- se seguir encontros internacionais entre responsáveis institucionais e outros representantes de entidades associadas e “workshops”, para assegurarem a gestão de uma marca turística de qualidade, que contribua para o desenvolvimento.
“Criar um produto comercial”
Segundo o coordenador do projecto, António Safra, “este programa pretende criar um produto turístico, para potenciar o turismo gastronómico e o turismo de azeite de oliva, denominado óleo turismo.
“Dentro de dois anos, pretende-se criar um produto comercial, que os operadores turísticos possam comercializar, que os visitantes possam comprar e que sirva para fomentar o cultivo e a produção de azeite de qualidade”, acrescentou o responsável.
Para além disso, também se procura diversificar a economia, em territórios que têm uma especialização em torno da oliveira.
Na óptica do presidente da Câmara Municipal de Mirandela, José Silvano, este projecto traz inúmeros benefícios para a região.
“O azeite e a oliveira já são uma cultura enraizada nesta região. Para além disso o azeite também já é um produto de qualidade, que atrai muita gente e muito negócio ao nosso concelho”, acrescentou o autarca.
O edil também salientou a importância da promoção turística de Mirandela em cidades europeias, como Nime e Baena.
“A cidade vai ganhar mais turistas, o que representa o crescimento do turismo, mas também da economia mirandelense. A troca de experiências com estes países europeus também é uma mais valia para o enriquecimento da nossa cultura”, concluiu José Sivano.