Ter, 08/12/2009 - 10:56
O património evidencia a importância desta freguesia em tempos longínquos. No entanto, o passar dos anos levou à alteração da traça original de alguns marcos históricos. “Antes o pelourinho estava na praça, agora foi posto nas paredes da igreja, que também é um monumento muito antigo”, realçou o presidente da Junta de Freguesia de Vale de Asnes, Manuel Ferreiro.
Reza a história que por aqui terão passado D. Sancho I e D. Manuel quando se deslocavam para Espanha, tendo concedido poder a Vale de Asnes.
As glórias desta terra são, ainda, enaltecidas na letra do hino da freguesia, que ainda não foi gravado (ver caixa). “O nosso objectivo é gravá-lo em CD, para que a nossa história fique registada”, salientou o autarca.
Entre as histórias que se vão contando na aldeia, eis a lenda do capitão que, outrora, defendeu Vale de Asnes dos ataques protagonizados pela população da aldeia vizinha de Bornes. “Quando nos vinham atacar, o capitão do exército estava aqui numa casa e foi quem defendeu a aldeia. Os outros diziam, do Alto do Picoto, que matavam sete de cada vez e ele daqui dizia que sozinho matava sete. Dizem que ainda matou um e os outros, com o medo, foram embora”, conta o presidente da Junta.
Vale fértil onde se estende a aldeia é rico em espécies cinegéticas, que atraem caçadores oriundos de toda a zona Norte
Situada num vale fértil, a aldeia de Vale de Anes guarda história entranhada na ruralidade. A agricultura é, actualmente, a principal fonte de rendimento dos cerca de 250 habitantes que resistem na localidade. “Produz-se azeite, castanha, vinho…”, realça Manuel Ferreiro.
A população jovem tem deixado Vale de Asnes para emigrar, mas no regresso optam por se radicar nas cidades. “Ainda vão recuperando algumas casas, mas a maioria dos emigrantes prefere construir em Mirandela ou em Macedo, porque têm lá melhores condições e trabalho”, lamenta o autarca.
A caça é, igualmente, uma fonte de riqueza para a freguesia. “Temos uma associação, que é dinâmica, e temos recursos. Aqui ainda há bastantes coelhos, perdizes, codornizes e javalis”, realça Manuel Ferreiro.
No que toca a projectos, o autarca, eleito a 11 de Outubro passado, afirma que ainda está a conhecer as necessidades da freguesia, mas realça a importância de construir um centro de convívio para os idosos. “A escola primária fechou, a Câmara entregou o edifício à Junta e agora vamos decidir o que fazer com o imóvel”, concluiu Manuel Ferreiro.