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Fornecedores transmontanos revelam quebras de vendas de 40% e queixam-se de atrasos nos pagamentos

Ter, 03/11/2020 - 11:56


Os sectores da hotelaria, restauração, cafés e pastelarias estão a passar por dificuldades devido à pandemia, o que está a afectar também os fornecedores que os abastecem.

Na região, os fornecedores queixam-se de quebras de vendas na ordem dos 40% e que alguns clientes estão a ter dificuldades em pagar. Sediada em Macedo de Cavaleiros está uma das empresas que fornece, no distrito de Bragança e Vila Real, bebidas e café. Cláudio Trovisco é o gestor e admitiu que tem tido dificuldades em receber dos clientes, uma vez que também eles estão a ser afectados pela crise. “Não posso dizer que não há crédito, sempre o demos, e isso tem ajudado a que os clientes mantenham as coisas, mas temos dificuldades em receber”, disse. O fluxo de vendas voltou abrandar, depois de o mês de Agosto ter superado as expectativas, segundo Cláudio Trovisco. O gestor tem agora receio das consequências que a segunda vaga possa trazer para o comércio local e da falta de apoios por parte do Governo. “Estou muito mais preocupado agora, porque quando surgiu a primeira vaga nós tivemos, por par- te das entidades governamentais, várias iniciativas que nos poderiam amparar uma possível paragem e, neste momento, não se ouve falar dessa possibilidade”, referiu. O fornecedor queixou-se também que até na venda do café também sentiu uma quebra, visto que as pessoas deixaram de frequentar os estabelecimentos. Foi mais além e afirmou que possivelmente irá perder clientes, porque não aguentarão o negócio até ao Natal. “Não existem empresas de distribuição como a minha se não existir comércio e aquilo que está acontecer é a completa destruição do comércio na nossa região, porque eu tenho muitas dúvidas que a totalidade dos meus clientes consiga passar o Natal. Eu vejo clientes com 20/30 anos de porta aberta a meter no negócio aquilo que juntaram nestes 20/30 anos”. Outro dos fornecedores de produtos alimentares, bebidas e tabaco, na região, é Rui Rolo. Durante a fase de confinamento disse ter tido uma quebra de 70%, mas que no verão esse valor converteu-se em 30%. “Temos os mesmos encargos e menos vendas”, afirmou. Estima que, nos meses de Novembro e Dezembro, as quebras de vendas diminuam para metade. Na região transmontana Fernando Lhano fornece produtos de higiene e de limpeza. Com a pandemia o número de vendas de produtos de desinfecção aumentou. Abastece o ramo da hotelaria, mas também instituições de cariz social. Se por um lado as vendas aos hotéis desceram, por outro, as IPSS não só mantiveram como aumentaram a compra destes produtos. Ainda assim admite que uma coisa não compensa a outra. “Acaba por não compensar, por embora haja um aumento em algumas situações, como nós também temos uma boa fatia de mercado na parte hoteleira e com a quebra que eles tiveram, acabou por nos afectar também a nós”, referiu, adiantando que alguns dos clientes também têm tido dificuldades em pagar a atempo, embora não sejam muitos.

Jornalista: 
Ângela Pais