class="html not-front not-logged-in one-sidebar sidebar-second page-node page-node- page-node-191822 node-type-noticia">

            

Colectivo de artistas brigantinos devolve “Subitamente a Esperança” à cidade

Ter, 17/08/2021 - 11:43


Exposição de 11 artistas locais está patente, a céu aberto, nas ruas pedonais, junto à Praça da Sé

Numa exposição a céu aberto, quem passe, até dia 10 de Outubro, pela zona da Rua Alexandre Herculano, depara- -se com nove obras de um colectivo de 11 artistas brigantinos, que se desafiaram a trazer “Subitamente a Esperança” a Bragança, convidando à reflexão sobre o período de pandemia, que ainda se vive e condiciona algumas rotinas.

Uma das peças é de Jacinta Costa. A designer criou a obra, instalada à porta do Centro Cultural Municipal Adriano Moreira, pretendendo que se pense nas palavras que a pandemia nos roubou e na solidão que se instalou. “De repente, começámos a ver as pessoas sentadas no espaço público, a conversar, mas não necessariamente a fazê-lo com a pessoa ao lado. É por isso que estas peças se chamam desconversadeiras”, esclareceu a artista, que compôs o trabalho em parceria com o marido, também ele artista, numa celebração do que os uniu, já que se conheceram a trabalhar a pedra, material que dá corpo às esculturas. Tendo feito 20 anos de casados, apostaram em pegar no que os juntou, algo “áspero e rude”, que quando trabalhado se torna “arrebatador”.

José Luís Benites é outro dos artistas locais, que integra o colectivo, criado em 2019. Criou uma obra onde as abelhas são o centro das atenções, olhando para um sector, a apicultura, de “grande relevância” no concelho.

A sustentabilidade, ainda que de forma menos óbvia, partilham com estes insectos a alma da peça. “As abelhas são uma fonte de riqueza para nós, mas temos que fazer a exploração de forma sustentável. Se estas desaparecem é sinal que algo está muito mal”, destacou o autor acerca da obra que nos remete para o equilíbrio ambiental, sempre dependente do emocional. A exposição conta ainda com uma obra de Miguel Moreira e Silva. A temática da máscara é, como já nos habituou, a temática central. Habituado a trabalhar para espaços mais bucólicos, o artista convidou um arquitecto brigantino para o ajudar.

Mário Ortega abraçou o convite que o permitiu fazer uma obra que “não é efémera”, ao contrário do edificado que projecta. “A parceria abre um lado mais industrializado e tecnológico, que o Miguel procura. A experiência deu-me possibilidade de ajudar a construir algo que não é eterno, instalado num espaço que é muito importante na cidade”, assegurou o arquitecto.

A exposição, que vem “dar vida” ao centro histórico, numa altura em que “há mais gente na cidade”, é, nas palavras do presidente da Câmara Municipal de Bragança, Hernâni Dias, uma forma de “valorizar os artistas, que têm uma capacidade criativa muito boa”. O colectivo já trouxe outra exposição a público. Esta é a segunda.

Jornalista: 
Carina Alves