Ter, 22/02/2022 - 16:30
O Município de Bragança atribuiu sete distinções no Dia da Cidade, que se assinala a 20 de Fevereiro. D. José Cordeiro, actual Arcebispo de Braga e anterior bispo da diocese de Bragança/Miranda, entre 2011 e 2021, foi um dos homenageados ao receber o Brasão de Ouro do município, que considerou “um gesto profundamente simbólico”.
“Sinto este como um reconhecimento colectivo. Ninguém é pessoa sozinha e também ninguém é bispo sozinho. Somos uns com os outros e só juntos é que podemos construir melhor o bem comum. Estou profundamente grato ao Município de Bragança, mas também sobretudo pela cooperação recíproca que vivenciámos ao longo destes anos, e só assim, juntos, podemos deixar as marcas do bem”, sublinhou.
Segundo o presidente da câmara de Bragança, Hernâni Dias, esta foi apenas a quarta vez que esta distinção foi atribuída, depois do anterior Presidente da República, Jorge Sampaio, o secretário de Estado Pedro Paulo, por ocasião da resolução da questão da barragem de Veiguinhas e do anterior presidente da câmara, Jorge Nunes.
“Acho que D. José merece esta homenagem em nome de todos os brigantinos, a uma personalidade que teve uma passagem notável pelo nosso concelho e diocese. E é de todo justo que reconheçamos esse bom trabalho quer a favor da própria comunidade da diocese, mas também de Bragança, como cidade, concelho e região. Tem Bragança no coração e isso é o que importa. Que continue ligado à sua e à nossa terra e que continue e a projectá-la por esse mundo fora”, afirmou.
Foram ainda distinguidas entidades e voluntários ligados ao combate à pandemia. Os profissionais de saúde, representados pela Unidade Local de Saúde do Nordeste, a Delegação de Bragança da Cruz Vermelha Portuguesa, a Cáritas Diocesana de Bragança e os voluntários da confecção das máscaras comunitárias receberam a Medalha Municipal de Valor e Altruísmo.
“Estas pessoas tiveram um trabalho notável, ao darem aquilo que de melhor têm, que é a sua disponibilidade, para ajudarem os outros. Além dos profissionais de saúde, todas as pessoas homenageadas foram voluntárias, para ajudar nesta missão e este reconhecimento deve ser feito. Não que o tivessem pedido ou tivessem feito com essa intenção, mas quando reconhecemos a disponibilidade e a ajuda que nos concedem estamos também a ser justos para com eles e eventualmente até a estimular essas ou outras pessoas para que, numa situação futura, possam continuar a dar o seu contributo”, referiu o autarca.
Na cerimónia o presidente da câmara destacou que o município já despendeu 3 milhões de euros no combate à pandemia, entre “o investimento directo ao sector social, as medidas tomadas ao nível económico, medidas adoptadas para ajudar as próprias instituições, a aquisição de variadíssimos equipamentos e também naquilo que foi a potencial perda de receita com as medidas que adoptadas”.
Na Comemoração dos 558 anos de Bragança como cidade receberam ainda a Medalha Municipal de Mérito Luís Afonso, médico veterinário e empresário, bem como José Fernandes, pelos 43 anos de serviço prestados em diversos organismos e instituições militares e civis, em particular enquanto Comandante dos Bombeiros Voluntários de Bragança nos últimos 18 anos.
A cerimónia comemorativa, que decorreu no Teatro Municipal de Bragança, na tarde de domingo, teve início com a ópera Mátria, um espectáculo escrito e pensado a partir da obra do escritor transmontano Miguel Torga, que retrata a vida de um rapaz que vive fascinado com as histórias de encantar, numa pequena aldeia transmontana.