Qua, 30/04/2025 - 10:32
Inicialmente estava previsto que a limpeza dos terrenos devia ser feita até 30 de abril, mas devido às condições meteorológicas das últimas semanas, o Governo decidiu alargar o prazo até 31 de maio.
No ano passado, a GNR identificou mais de 270 locais por limpar, mas depois de notificados os proprietários, foram aplicadas apenas 23 coimas. Já em 2023, foram identificados cerca de 500, mas foram levantados apenas cinco autos.
De acordo com o major Hernâni Martins, do Comando Distrital da GNR, a população está cada vez mais consciencializada para a gestão de combustível. “Sentimos que as pessoas nos procuram para perceber o que devem limpar”, adiantou.
A gestão de combustível deve ser feita numa faixa de 100 metros à volta de um aglomerado populacional e numa faixa de 50 metros de uma habitação que esteja isolada. Mesmo junto aos terrenos agrícolas, se houver um espaço florestal, a gestão de combustível é obrigatória. Para os incumpridores as coimas podem ir dos 140 aos 50 mil euros.
O major esclareceu que o objetivo não é “cortar tudo o que está naquela parcela de terreno”, mas fazer uma gestão do combustível, para que não haja uma propagação “mais rápida” do fogo e, assim, as aldeias e as pessoas ficarão “mais protegidas”.
Nesta fase a Guarda Nacional Republicana está a visitar as aldeias e sensibilizar os moradores para a limpeza das propriedades. “Quando sinalizamos um terreno, procuramos junto da junta de freguesia, associação de caçadores, associação de baldios, perceber de quem é o terreno e chegar à conversa com essa pessoa, sensibilizá-la para a necessidade da limpeza”, explicou.
Numa visita a uma das localidades do concelho de Bragança, os guardas florestais verificaram que uma propriedade de grandes dimensões e perto de uma habitação não estava limpa e podia colocar em perigo os moradores. “Neste caso temos um monte que devia ter uma faixa limpa de 50 metros e parte dos pinhos também deviam estar afastadas das casas 50 metros e as copas dez metros entre si. Além de que devia estar desramado desde o solo até à copa quatro metros”, explicou um dos guardas.
O brigantino José Vara foi uma das pessoas a ser alertada. Ainda não fez a limpeza nas suas propriedades, porque se descuidou um “bocadinho”, mas reconhece que é importante limpar, para “evitar incêndios”, principalmente junto às casas.
No entanto, garante que é um trabalho que fica “bastante caro” para a carteira, custando “algumas centenas” de euros, em combustível, fio para corte e mão-de-obra. “Sou eu que faço a limpeza e mais uma ou duas pessoas, para poder destroçar, com um trator, e depois uso as máquinas do fio para fazer a limpeza”, explicou.
O idoso agora já sabe que tem pelo menos até ao final de maio para fazer todo este trabalho.