Qui, 29/05/2025 - 14:40
A PJ está a realizar buscas em domicílios, sedes de sociedades comerciais e de contabilidade e, ainda, em organismos públicos, nos distritos de Bragança, Lisboa, Beja, Faro, Castelo Branco e Porto. Segundo esclareceu a PJ, em causa estão possíveis crimes de “corrupção ativa e passiva, burla qualificada, abuso de poder, tráfico de influência, associação criminosa e fraude fiscal qualificada”, através de uma “complexa relação”, estabelecida, pelo menos, desde 2022, entre várias sociedades comerciais portuguesas, que “têm vindo a controlar a participação nos concursos públicos no âmbito do combate aos incêndios rurais em Portugal”, no valor de cerca de 100 milhões de euros.
A investigação suspeita, por isso, de que as empresas conseguiam informações privilegiadas de entidades públicas que as favoreciam em concursos, prejudicando o Estado.
Segundo a Polícia Judiciária, estes concursos públicos “incidem na aquisição de serviços de operação, manutenção e gestão da aeronavegabilidade dos meios aéreos próprios do Estado”, dedicados exclusivamente ao Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais, com a intenção de que o Estado português fique com “carência de meios aéreos” e, dessa forma, se “sujeite aos subsequentes preços mais elevados destas sociedades comerciais”.
No decurso da operação “Torre de Controlo” foram já constituídas arguidas várias pessoas singulares e coletivas.