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Agricultores perdem subsídios

Ter, 07/06/2005 - 15:11


A Associação de Produtores Agrícolas Tradicionais e Ambientais (APATA) realizou, em Mogadouro, as I Jornadas Agrícolas subordinadas ao tema “ Consequências do Alargamento da União Europeia (UE) na Economia Local”.

A iniciativa decorreu às portas da Quinta de Nogueira e juntou mais de meio milhar de homens da terra, oriundos de toda a região nordestina.
Presente esteve o secretário-geral da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), Luís Mira, que focou a preocupação dos agricultores face à diminuição dos subsídios, decorrente do alargamento da UE.
Com as negociações dos apoios para 2007-2013 a decorrer em Bruxelas, os resultados deverão ser apresentados ainda durante este mês, mas as expectativas não são grandes. Ao que tudo indica, haverá uma diminuição de verbas, já que há um conjunto de cinco grandes países que não querem contribuir com mais de um por cento do Produto Interno Bruto (PIB). E, com a entrada dos países do Leste Europeu na UE, a fatia para Portugal será ainda menor.
“A proposta da Comissão Europeia estava fixada nos 1,4 por cento, o que leva a que Quadro Comunitário de Apoio tenha menos dinheiro, principalmente na questão agrícola”, frisou Luís Mira.
Para já, o alargamento da UE não preocupa a CAP, uma vez que as produções agrícolas dos novos estados membros são diferentes das portuguesas. E, se é certo que a produção de cereal e leite é um dos fortes de alguns países de Leste, o mesmo não se pode dizer do vinho e frutas, onde Portugal já tem tradição.
Mesmo assim, “já somos diariamente invadidos por diversos produtos da Estónia ou Letónia”, considera o responsável da CAP.

Seca preocupante

A braços com o problema da seca, os agricultores aguardam linhas de crédito para continuar a manter as suas explorações agrícolas.
Sendo assim, a CAP considera “urgente” o apoio aos homens da terra prejudicados pelas actuais condições climatéricas.
“A seca é um problema sério que está a afectar a agricultura. Estamos perante a situação mais preocupante dos últimos 60 anos e o Governo não pode só prometer, pois os agricultores estão em dificuldades e precisam é de ajuda e não de promessas”, defendeu Luís Mira.
As últimas informações apontam para a criação duma linha de crédito e isenção da Segurança Social para os agricultores mais afectados. As medidas foram anunciadas há cerca de um mês, mas alguns lavradores consideram que “já vêm tarde de mais”.
Segundo contas da CAP, os prejuízos da seca já devem ultrapassar os 1.100 milhões de euros. “Para já ainda não é possível apurar um valor real, dado que há culturas que ainda estão em fase de maturação, como é o caso do vinho e azeite”, esclareceu o dirigente.
Para tentar esquecer ou contornar os problemas que afectam a agricultura, a APATA organizou um convívio onde não faltou uma demonstração de maquinaria e alfaias. Os homens da terra disseram presente para apreciarem as novidades do sector, numa acção apoiada pelos concessionários locais de máquinas agrícolas.