Qua, 17/08/2005 - 16:15
O monumento, erguido em granito, é composto por duas figuras abstractas com uma mala ao centro, que representam os emigrantes de Alfaião que partiram em busca duma vida melhor.
Segundo o presidente da Junta de Freguesia de Alfaião (JFA), João Rodrigues, a autarquia procurou recuperar um espaço que se encontrava abandonado, para enaltecer os emigrantes da terra. Para tal, foi criada uma figura abstracta, que representa todos os que deixaram Alfaião e procuraram melhores condições de vida no estrangeiro.
“Temos muito orgulho nas pessoas que partiram daqui, há 40 anos, muitas delas sem saber ler nem escrever e sem uma profissão definida, para destinos longínquos que desconheciam”, refere o autarca.
Emigrantes afirmam-se
no estrangeiro
França foi o primeiro país a receber os emigrantes desta localidade transmontana. Benjamin Fernandes emigrou para este país há 36 anos e é um bom exemplo da afirmação dos portugueses no estrangeiro. “Parti apenas com uma mala na mão e hoje já criei a minha própria empresa, na zona de Paris, onde faço montagem de camisolas”, revelou o emigrante.
A comunidade emigrante representa uma grande percentagem da população de Alfaião, visto que não existe nenhuma família na aldeia que não tenha sido emigrante. De acordo com João Rodrigues, cerca de 50 emigrantes ainda estão no estrangeiro, a maioria deles com a sua família. “Depois também há aqueles que já estiveram lá fora, mas, quando atingiram os seus objectivos, acabaram por regressar à terra que os viu nascer”, acrescentou o responsável.
A JFA decidiu homenagear os emigrantes da aldeia, no dia em que se celebrou o Dia Mundial das Migrações, uma vez que as pessoas da terra consideram os emigrantes “verdadeiros heróis”.
A obra, orçada em cerca de 1.500 euros, foi comparticipada, na sua maioria, pela Câmara Municipal de Bragança (CMB).
A par da inauguração do monumento, também foi benzido um cruzeiro, com um grande valor simbólico para a população da aldeia, situado no lugar da Cruzinha.