Ana Gomes propõe regionalização sem referendo

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Qua, 23/12/2020 - 11:18


Ana Gomes considera que são necessárias reformas administrativas e que uma gestão próxima do território é estratégica para o promover o desenvolvimento do país.

Para isso, a candidata às eleições presidenciais de 24 de Janeiro considera que o melhor caminho passa pela regionalização e considera que “não são precisos cá referendos”, mas é preciso fazer na prática a descentralização e a aproximação da gestão das pessoas que estão no território. “Essa é uma das diferenças que sei que posso fazer em relação ao presidente Marcelo Rebelo de Sousa, que sempre foi contra a regionalização. Eu serei a favor da regionalização e não preciso que haja mais do que vontade política de na prática a tornar uma realidade e de incentivar aqueles que estão no território a tomarem as decisões que importam para reactivar quer economicamente quer socialmente o nosso território, em particular no interior o país”, afirmou. A ex-eurodeputada esteve ao longo de dois dias de visita ao distrito, acompanhada pelo mandatário distrital de Bragança, Pedro Mascarenhas. Na segunda-feira visitou, na zona industrial de Mós, concelho de Bragança, a Valled, uma empresa que apresenta soluções inovadoras na área do aproveitamento da energia solar. Ana Gomes valorizou o facto de esta empresa ser totalmente “inovadora numa área de tecnologia de ponta, num sector em que Portugal poderia ser altamente útil a outros países e exportando capacidade, tecnologia, em particular para países que têm forte ligação a Portugal que têm forte ligação a Portugal historicamente e que bem precisam de soluções de energia limpa e renovável”. A candidata presencial destaca que este é “o tipo de empresas que importa incentivar, fazer com que se repliquem por todo o país e em particular no interior. Um dos problemas no interior é o de falta de massa crítica e falta de população”, por isso, defende “uma estratégia de desenvolvimento para o país que repovoe” o interior. Além de sustentar que há necessidade de apoiar “todas estas empresas em que há imensa gente com criatividade, conhecimento e garra”, para que possam “criar emprego e actividade económica aqui no interior do país”, defendeu ainda que é necessário potenciar melhor a zona transfronteiriça. “Estamos a desperdiçar extraordinárias oportunidades que resultam da centralidade de toda a nossa zona fronteiriça, designadamente para as sinergias transfronteiriças que se podem desenvolver com Espanha”, sublinhou. Ana Gomes garante que não se resigna à ideia de que o interior é atraso e desertificação. “É isso que tem de mudar, é isso também que quero mudar através da minha candidatura e sendo eleita Presidente da República não tenho dúvida nenhuma que posso fazer uma grande diferença”, afirmou. A candidata Ana Gomes passou por Macedo de Cavaleiros, Mirandela e Vila Flor, além de Bragança.

Jornalista: 
Olga Telo Cordeiro