“Aumento significativo” de burlas nos concelhos de Bragança e Mirandela

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Qua, 10/03/2021 - 15:32


A PSP de Bragança registou um “aumento significativo” de queixas relativas a burlas, nos seus concelhos de actuação, ou seja, Bragança e Mirandela

Nos últimos seis meses foram feitas cerca de 40 queixas, um número que pode estar aquém da realidade, visto que há muita gente que não comunica às autoridades. Segundo o Comissário Bruno Machado, a maioria das burlas estão relacionadas com a aplicação MBWAY. Devido à falta de conhecimento sobre este método de pagamento, as pessoas acabam por fornecer dados que permitem que o burlão aceda à conta e levante o dinheiro que entender, acabando por ser enganadas. Há também pessoas a serem burladas por acreditarem que vão receber uma herança ou doação. Segundo o comissário, os suspeitos ganham a confiança da vítima e conseguem extorquir-lhe dinheiro. O falso arrendamento de imóveis é outra das burlas mais praticadas. “Os imóveis apresentam preços convidativos, abaixo do preço de mercado, e as pessoas têm tendência a contactar o proprietário do imóvel e antes de o poderem visitar é-lhes pedida uma primeira renda, caução ou reserva, e a partir do momento que fazem a transferência deixam de falar com a vítima”. Em casos relacionados com fraudes através de tecnologias, o processo é encaminhado para a Polícia Judiciária. Por vezes, chega a ser difícil descobrir o burlão ou o processo é moroso e algumas pessoas acabam por desistir. Outras nem chegam a apresentar queixa, o que impede que a PSP tenha os dados reais da criminalidade deste género. “As burlas de 50 euros, muitas pessoas até acabam por nem denunciar. Isso é uma questão que nos preocupa, porque estes dados que apresentámos, muito provavelmente, nem são os dados reais”, referiu. Por esta razão, Bruno Machado pede que as pessoas façam queixa. Devido a este aumento significativo de burlas, a PSP de Bragança já lançou uma campanha de sensibilização nas redes sociais a apelar para que as pessoas desconfiem de negócios com preços aliciantes. “Até há um ditado que diz que ninguém dá nada a ninguém e devemos ter isso em consideração. Desconfiar, questionar e obter o máximo de dados possíveis da pessoa com quem estamos a fazer a transação”, aconselhou Bruno Machado, realçando que dados pessoais, como o número do cartão de crédito ou de débito também não devem ser fornecidos.

Jornalista: 
Ângela Pais