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Autarca de Vimioso quer que Governo pague gastos dos alunos do ensino secundário

Ter, 26/01/2021 - 11:01


O município de Vimioso continua a reivindicar a implementação do ensino secundário na vila.

Esta luta é já antiga, uma vez que há oito anos que o presidente da câmara reclama pela implementação, no concelho, do ensino do 10º ao 12º anos, que é obrigatório desde 2012. Para os alunos de Vimioso completarem a escolaridade têm que se deslocar para outros concelhos. Jorge Fidalgo não entende que uma necessidade tão “elementar” não seja de fácil acesso para todos, nem que não seja “gratuita” como diz na lei. “Para os alunos do concelho de Vimioso de gratuita não tem nada. Há famílias com um encargo financeiro enorme para que os seus filhos possam cumprir uma obrigação”, afirmou. Numa região do interior em que não há transporte escolar de Vimioso para outros concelhos, os pais vêem-se obrigados a suportar os custos de transporte e alguns até alugam quartos para que os filhos não tenham que fazer deslocações diárias. Segundo Jorge Fidalgo há encarregados a pagarem 120 euros de táxi, por mês, e outros a pagarem mensalidades de renda e alimentação de 300 euros, por mês. Perante este cenário o presidente da câmara reivindica que seja o Governo a pagar “no imediato” estas despesas e que, no próximo ano lectivo, fosse implementado o ensino secundário no concelho. Esta situação tem vindo a arrastar-se e tanto o Presidente da República, o primeiro-ministro e o Ministério da Educação estarão a par do que se passa e que até hoje “nada fizeram” e, por “falta de boa vontade política”, este pedido não é concretizado. “Não podemos aceitar que naquilo que é do mais elementar e do mais básico, que é a educação os nosso jovens, o concelho de Vimioso seja completamente renegado e não se ouçam as suas reivindicações”, salientou. Jorge Fidalgo afirmou que há “todas as condições”, quer de espaço e edifício, quer de recursos humanos, mas quando a justificação que lhe é dada é que há poucos alunos e as turmas são pequenas, o autarca é claro: “são os custos da interioridade”. Acrescenta ainda que pode ser arranjada uma solução, nomeadamente ensino em sistema híbrido, feito presencialmente, mas também online. “Como é que eu posso estar a dar condições para a fixação de pessoas no concelho quando eu tenho o próprio Governo a fazer contracorrente, a criar condições para me tirar os mais jovens do concelho? E a tirá-los numa idade muito crítica, que é com 15 anos”. A Comunidade Intermunicipal das Terras de Trás-os- -Montes também vai reivindicar junto do Governo o financiamento, no imediato, de todas as despesas com transporte e alojamento dos alunos do concelho de Vimioso. “Fizemos uma reunião com o secretário de Estado da Educação, já alertámos também a secretária de Estado da Valorização do Interior para esta matéria, mas não temos tido respostas relativamente a essa reivindicação, nomeadamente ao ensino regular e obrigatório que é o décimo ano”, frisou Artur Nunes, presidente desta CIM. Também o concelho de Freixo de Espada à Cinta não tem ensino secundário. São os dois concelhos do distrito de Bragança nesta situação. No passado dia 12, a deputada do PSD eleita por Bragança, Isabel Lopes, já tinha questionado o ministro da Educação sobre se o Governo pondera no próximo ano lectivo, implementar o ensino secundário nestes concelhos ou se vai custear todas as despesas destes alunos. Tiago Brandão Rodrigues referiu apenas que a “deputada tem memória curta” e que “o grupo parlamentar do PSD absteve-se nessa votação, porque entendia que não devíamos ir mais longe”, relativamente à escolaridade obrigatória ser até ao 12º ano.

Jornalista: 
Ângela Pais