Aveleda mais perto de França

A fase de terraplanagens está quase concluída e já é possível circular entre as duas freguesias em, apenas, cinco minutos. Mas, para que o estradão resista o tempo, o presidente da JFA, Isidro Rodrigues, diz que é necessário proceder à pavimentação da via, actualmente em terra batida.
A nova ligação é uma aspiração de mais de 40 anos, que só agora teve resposta. “Já na década de 50 as populações da Aveleda e de França reivindicavam, junto da Câmara de Bragança, a construção da estrada, mas o pedido nunca foi atendido”, recorda o autarca.
Passados 50 anos de espera, o presidente da Junta salienta o papel do presidente da Câmara Municipal de Bragança (CMB), Jorge Nunes, na construção do estradão, mas garante que o próximo passo é o asfaltamento da via. “Esperamos, e é um compromisso do presidente da Câmara, que a seguir às terraplanagem avance a pavimentação da estrada para que o investimento na terraplanagem não se degrade”, alega o responsável.
Mesmo em terra batida, Isidro Rodrigues considera que a abertura da estrada é um grande passo para desencravar a Aveleda. “Quem ia à Aveleda tinha que voltar para trás se quisesse ir para França e para Montesinho, enquanto agora já temos um circuito inter-freguesias que cria um novo percurso dentro do Parque Natural de Montesinho”, explica autarca.

Encurtar distância

Recorde-se que as duas freguesias distam, apenas, cinco quilómetros, mas a falta de ligação directa obrigava os automobilistas a percorrer cerca de 30 quilómetros. Recentemente, foi construída a estrada Rabal-Baçal, no âmbito da Rota da Terra Fria, que contribuiu para reduzir a distância. Mesmo assim, a JFA nunca abriu mão da ligação a França, cujo investimento está a ser totalmente suportado pela CMB.
Na óptica de Isidro Rodrigues, a nova estrada, associada aos saneamentos que estão em curso na Aveleda e na aldeia anexa de Varge, são os dois investimentos mais significativos para a freguesia.
“Está a ser gasto cerca de 1 milhão de euros para servir Varge e Aveleda com rede de saneamento, o que tem muito significado para duas aldeias inseridas no Parque Natural de Montesinho, atravessadas por duas linhas de água que vão desaguar ao rio Sabor”, sustenta o autarca.

Desenvolvimento a duas velocidades

Satisfeitas as necessidades básicas ao nível das acessibilidades e tratamento de esgotos, o presidente da JFA diz que é altura de pensar noutros investimentos. “Há aldeias do concelho que têm saneamento há 15 ou 20 anos e que podem investir noutras áreas, tais como largos e jardins, enquanto nós tivemos que esperar e lutar para conseguir o que outros têm há muito”, recorda Isidro Rodrigues.
Esta situação leva o autarca a falar em desenvolvimento a duas velocidades. “Há dois comboios no concelho de Bragança. Umas freguesias andam mais depressa e outras mais devagar, mas penso que, depois dos saneamentos e da estrada para França, já poderemos pensar em embelezamentos e outras obras do género”, considera o responsável.