Bloco de Esquerda leva campanha para as ruas pedindo à EDP que pague o que deve

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Ter, 23/03/2021 - 10:32


Com o objectivo de dar a conhecer a todo e qualquer cidadão a questão da venda da concessão das seis barragens transmontanas, a Comissão Coordenadora Distrital de Bragança do Bloco de Esquerda vai levar para a rua a campanha #EDPPAGAOQUEDEVES

A estrutura diz-se “totalmente solidária” com o Movimento Cultural da Terra de Miranda e com a população transmontana, lesada em 110 milhões de euros com a “negociata” da EDP. Jóni Ledo, da distrital de Bragança do Bloco de Esquerda, assegura que a nível político já foram feitos todos os “esforços possíveis” e, por isso, a campanha servirá agora para que chegar aos cidadãos, pois “é importante que toda a população transmontana perceba e lute do mesmo lado”. Com cartazes e panfletos, a distrital pretende sair à rua para que o povo não continue a ser “desrespeitado”. “Basicamente é usar e deitar fora e isso é inadmissível, não podemos aceitar”, vincou Jóni Ledo, que considera que “só trazendo para o assunto para o conhecimento púbico é que há força para lutar com o gigante”. Além de querer chegar às gentes do território de uma forma mais próxima e eficaz, Jóni Ledo também diz que que é preciso mostrar que o Governo não está a respeitar os transmontanos, devendo assumir uma “posição firme”. “A nossa deputada Mariana Mortágua já explicou muito bem como funcionou este esquema da EDP para vender a concessão à Engie, da criação das empresas com apenas um funcionário e, entretanto, a sua extinção passado dois ou três dias. As cartas estão todas na mesa mas falta vontade política do Governo”, vincou Jóni Ledo. Aos autarcas, segundo o bloquista, também se lhes exige o mesmo: uma “posição firme”. Para Jóni Ledo “não são só os partidos políticos que a devem ter”. Relembrando que a Comunidade Intermunicipal das Terras de Trás- -os-Montes já a tomou, considera que “é preciso fazer mais pressão”. “Os presidentes de câmara também são responsáveis e representantes desta população, foram eleitos para isso”, esclareceu ainda. Em declarações a este jornal, por fim, Jóni Ledo lamentou que Trás-os-Montes tenha sido um dos locais preferenciais para a construção de barragens mas que os benefícios tenham sido apenas para os seus concessionários. “Quem não se lembra da histórica Linha do Tua? É só ali passar e ver o que foi feito a uma das paisagens mais bonitas de Portugal”, salientou, lembrando que as contrapartidas, como o Plano de Mobilidade do Tua, “não chegam ou quando chegam não é tal como a promessa feita”.

Jornalista: 
Carina Alves