Bombeiros do concelho de Bragança recebem apoio “essencial” para manter da instituição

PUB.

Ter, 09/02/2021 - 10:17


As duas associações humanitárias de bombeiros voluntários do concelho de Bragança celebraram, na sexta-feira passada, o protocolo institucional de colaboração com a câmara municipal.

Este ano, os protocolos assinados representam um montante global superior a 330 mil euros. A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Izeda, com sede na única vila do concelho, recebeu mais de 83 mil euros. O dinheiro “é para manutenção da casa” e torna-se vital. “Sem esta verba não conseguirmos ter a porta aberta”, começou por dizer o presidente da associação, já que a entidade há mais de 36 anos que presta socorro à população, mas continua sem Posto de Emergência Médica (PEM). Assim, para o serviço se manter de pé tem de ser a associação a custeá-lo, o que acarreta vários custos. Quando o PEM é da responsabilidade do INEM, estes oferecem ambulância, pagam a três tripulantes e garantem ainda os custos dos consumíveis, assim como a cada cinco anos, caso seja necessário e possível, substituem as ambulâncias. “O INEM paga-nos o transporte do doente, mas o que recebemos não chega para pagar aos tripulantes”, explicou João Lima. Sem ambulância e equipa do INEM, à associação de Izeda também não são pagos os consumíveis, em que “a despesa disparou muito”, já que “não se faz uma viagem em que não haja um consumo grande e onde não tenham que se vestir fatos”. A associação, que responde às necessidades populacionais de diversas localidades dos concelhos de Bragança, Macedo de Cavaleiros e Vimioso, viu ainda as despesas crescerem por causa da pandemia. “Aumentaram as despesas, sobretudo com o pessoal e com a manutenção de veículos”, terminou João Lima. Para a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Bragança, que este ano recebeu mais de 247 mil euros, o apoio também se revela bastante “importante” até porque “é certo e vem sempre a tempo e horas”. Segundo explicou ainda o presidente da associação, o município “está sempre atento” às necessidades dos bombeiros. O dinheiro, à semelhança do destino dado ao de Izeda, “é para as despesas gerais” pois, conforme disse José Moreno, ainda há algum tempo foi preciso renovar a frota com cinco viaturas novas. “A nossa casa tem um quilometragem brutal. Temos ambulâncias que têm mais de um milhão e meio de quilómetros e temos dias de fazer cerca de seis mil. Como tal, todos os anos, um ou dois carros têm que ser renovados”, frisou ainda. Aos mais de 330 mil euros somam-se as contribuições que anualmente o município atribui às corporações, chegando assim a gastar, no total, 427 mil euros. Segundo Hernâni Dias, presidente da câmara, estas contribuições passam, nomeadamente, pelo pagamento de seguros e outros protocolos com a Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil. “Temos outro tipo de colaboração com as duas associações, sendo que em Bragança temos de garantir a protecção à descolagem e aterragem de aeronaves, no aeródromo municipal, onde há sete trabalhadores afectos ao serviço. Temos também que financiar o abastecimento de água às populações durante o Verão e, à parte desses valores, também financiamos, a cada uma, em 50%, a equipa de intervenção permanente”, assinalou o autarca. Tal como nos anos anteriores, os protocolos serão ajustados mediante os serviços prestados pelas corporações.

Jornalista: 
Carina Alves