Ter, 02/08/2005 - 15:34
O bairro da Mãe d´Água e do Fomento e a zona do Polis e do Castelo são as áreas palmilhadas por quatro elementos daquela associação, para conhecer os diferentes casos de toxicodependência de drogas e de álcool.
O testemunho foi deixado pelo coordenador da Equipa de Rua da ARV, Fernando Pereira, durante um seminário mobilizado pelo Projecto Lua Nova, o Plano Municipal de Prevenção Primária das Toxicodependências, que decorreu em Bragança.
Segundo Fernando Pereira há uma série de problemas associados à dependência de drogas, que são mais visíveis para a sociedade quando os indivíduos estão sozinhos e desamparados.
Por isso, o responsável acrescenta que, “em Bragança as situações que ocorrem depois do consumo estão amortizadas no seio familiar e acabam por não passar para a sociedade”.
Famílias recebem apoio
Tendo em conta esta realidade, o coordenador da Equipa de Rua salienta que as associações também devem prestar apoio às famílias dos toxicodependentes, para tentar minimizar o sofrimento e evitar que haja membros da família a seguir o caminho das drogas.
Segundo o responsável a meta traçada pela associação é acompanhar 50 casos de toxicodependência de drogas e álcool.
Contudo, até ao momento a associação já acompanha de perto 22 casos de toxicodependências de drogas e oito situações de dependência alcoólica.
“Penso que estamos no bom caminho. O mais importante é conhecer e estudar bem cada caso, para, posteriormente, serem delineadas estratégias específicas que permitam resolver o problema dos diferentes tipos de consumidores”, esclarece Fernando Pereira.
O trabalho da Equipa de Rua, composta por pessoas formadas nas áreas da psicologia, sociologia, assistência social e animação social, tem decorrido dentro da normalidade, visto que os elementos têm usado uma estratégia de abordagem “cautelosa”.
Ex-toxicodependente
vai ajudar no combate
“A missão da equipa é acompanhar consumidores. Por isso, quando se deparam com situações de tráfego viram as costas, porque essa é uma questão que não nos compete a nós resolver”, sublinha o coordenador da equipa.
Para os próximos tempos também está prevista a inserção de um ex-toxicodependente na Equipa de Rua. Esta é uma forma de integrar ex-consumidores, que já superaram o problema e, ao mesmo tempo, ajudarem a conhecer melhor determinados problemas através da sua experiência.
Contudo, Fernando Pereira mostra-se cauteloso em relação a esta situação e afirma que é um caso que tem que ser devidamente acompanhado.