Bragança perdeu 1800 habitantes em 8 anos

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Ter, 25/08/2020 - 10:23


Bragança perdeu mais de 1800 residentes em 8 anos. Segundo números da PORDATA, entre 2010 e 2018 a população do concelho passou de 35413 habitantes para 33627.

O presidente da câmara de Bragança, Hernâni Dias, admite preocupação com este indicador, mas sublinha que esta é a tendência também a nível nacional, que não é contrariada. “Preocupa-nos sobremaneira esta perda de população, mas no fundo é o reflexo do que está a acontecer a nível nacional e europeu, nomeadamente em parâmetros como a perda de população e o envelhecimento acelerado. Esta é uma preocupação, não conseguirmos compensar as mortes com o número de nascimentos”, referiu. Em 2019, nasceram 231 bebés e houve 459 óbitos. No concelho há 219 idosos por 100 jovens, mais 62 idosos do que a média nacional, e a o índice de envelhecimento subiu de 172 para 215. Há 5122 alunos matriculados nos ensinos pré-escolar, básico e secundário. “No entanto, há aqui indicadores que são positivos, até se comparados com outras capitais de distrito equiparadas, como Vila Real ou Guarda, onde verificamos que os problemas são semelhantes, no entanto conseguimos apresentar melhores resultados em alguns parâmetros”, entende Hernâni Dias. A situação de perda populacional, só pode, na opinião do autarca, ser contrariada com medidas de âmbito nacional que ajudem regiões do interior a ser mais atractivas, “no sentido de começar a olhar para os territórios do interior de forma a que consigamos fixar aqui mais população e criar medidas suficientemente atractivas para que as pessoas se fixem nestes territórios”. O presidente do município salienta, no entanto, alguns indicadores positivos apresentados, como o aumento da população estrangeira que é agora de 7,1%, sendo que em 2010 havia 761 estrangeiros a residir no concelho e em 2018 eram 1654. Por cada 100 residentes, 7 são estrangeiros. “A população estrangeira tem vindo a aumentar de forma significativa, neste caso com um aumento de 117%. O número de alunos do ensino superior tem vindo a manter-se mais ou menos num valor simpático, com um acréscimo de cerca de 5%. E depois também há um dado relevante que tem a ver com o pessoal ao serviço das empresas não financeiras, teve um aumento de quase 39%, também surgiram novas empresas, cerca dos 65% a mais”, destacou ainda. Outros indicadores que se destacam são o ganho médio dos trabalhadores por conta de outrem, que é de 981 euros, 186 euros abaixo do ganho médio a nível nacional. Há actualmente no concelho 15 bancos, caixas económicas e caixas de crédito agrícola mútuo, menos 10 que em 2010. Os dados estatísticos sobre Bragança foram revelados pela PORDATA – projecto da Fundação Francisco Manuel dos Santos – que no âmbito do 10.º aniversário está a divulgar indicadores sobre cada um dos 308 municípios portugueses, por altura do feriado municipal, que em Bragança se assinalou sábado, dia 22.

 

Jornalista: 
Olga Telo Cordeiro