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Qua, 30/09/2020 - 10:58
Na Cimeira Ibérica vai estar em cima da mesa a Estratégia Comum de Desenvolvimento Transfronteiriço, o que se pode esperar deste documento?
Este documento é um marco histórico, uma vez que configura um grande entendimento entre os governos português e espanhol no que se relaciona com o desenvolvimento de uma fronteira específica, uma das mais antigas da Europa, mas que é também a que apresenta indicadores socio-económicos menores e precisa claramente de projectos integrados, transfronteiriços e que permitam explorar o contexto ibérico numa escala de crescimento e de aumento de competitividade no espaço Europeu. Estamos a olhar para um entendimento entre os dois países na lógica transfronteiriça e olhando para estes territórios. Visa vários eixos e medidas que se organizam em cinco grandes áreas, um é a mobilidade e eliminação dos custos de contexto, estamos a falar de tornar a fronteira mais flexível e permeável, mas também com procedimentos mais harmonizados entre os dois países, sobretudo em relação aos trabalhadores transfronteiriços. Um segundo eixo tem a ver com as infraestruturas e a conectividade territorial, as vias de comunicações rodoviárias e ferroviárias, mas também de internet e rede móvel. Depois o eixo da gestão conjunta de serviços básicos: na educação, saúde, serviços sociais, protecção civil e outras áreas. O quarto eixo tem a ver com o desenvolvimento económico e inovação territorial, em que incorporamos medidas para atracção de pessoas, empresas e novas actividades, porque isso é que vai trazer dinamismo a esta fronteira. O último eixo está relacionado com as questões do ambiente energia, centros urbanos e cultura. Achamos que com a organização destes cinco eixos, que configuram também eles próprios objectivos mais estratégicos, ficam incluídas várias medidas que pela sua implementação permitirão valorizar o interior, contribuir para a coesão territorial, mas sobretudo responder a um desafio, que é o maior que existe nesta fronteira, o demográfico. Temos de encontrar estratégias para atrair pessoas para estes territórios.
A nível das infraestruturas, a estratégia identifica ligações prioritárias para esta região?
Indica ligações específicas no domínio da rodovia, também medidas de modernização e construção de novas infraestruturas ferroviárias e alguns projectos piloto relacionados com o 5G. Para esta região existem ligações que são reclamadas há muito tempo pelo território, mas que os dois países durantes as negociações reconheceram como ligações essenciais que são por exemplo a ligação de Quintanilha a Zamora, seria a A11, mas também a ligação Miranda do Douro a Zamora por Sayago.