Clínica Telmo Moreno fechou depois de 30 anos a funcionar

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Ter, 07/01/2020 - 12:21


A clínica privada Telmo Moreno fechou depois de mais de 30 anos em funcionamento.

O baixo rendimento que tem vindo a ter nos últimos anos e a necessidade de realizar obras no estabelecimento são algumas das causas que terão motivado ao fecho. O proprietário da clínica, Telmo Moreno, disse tratar-se de um “fecho programado”, sem problemas e adiantou ainda que teria de fazer obras que eram “incomportáveis neste momento”. Telmo Moreno é médico radiologista e trabalhou no hospital de Bragança desde 1980 até 2009. Enquanto trabalhou no hospital apercebeu-se que a falta de profissionais de saúde na região do interior é notória. Este foi também outro dos motivos que levou ao fecho da clínica privada. “No hospital, fizemos 8 a 10 concursos, sempre vazios, depois vieram dois colegas para cá, mas durante estes anos todos não foi possível recrutar”, começou por explicar, acrescentando que quando queria “trazer algum colega” para trabalhar no estabelecimento era “difícil” e o custo era “muito maior”. Neste momento, os utentes estão preocupados, porque não há outra clínica em Bragança onde possam fazer determinados exames. A partir de agora terão que se deslocar a Mirandela, Vila Real, Porto ou Amarante e apenas o Hospital da Luz, oferece transporte para a realização de exames em Amarante. Uma utente foi encaminhada pela médica de família a marcar análises na clínica e quando lá chegou foi apanhada de surpresa. Já só entregam exames e está a ser feita a liquidação. “Vim aqui marcar uns exames, para fazer um raio-x, mas infelizmente a clínica fechou. Disseram-me para ir a Mirandela, a Vila Real ou ao Porto. Não tenho meio de transporte, como posso fazer? Não é normal em Bragança, capital de distrito, fechar, porque as pessoas de idade ou que não têm possibilidades, como fazem?”, perguntou, contando ainda que quando usufrui de transporte oferecido pelo hospital para realizar exames noutra cidade, perde um dia inteiro, uma vez que vai às oito da manhã e só volta à noite. A Unidade Local de Saúde do Nordeste, questionada sobre estes constrangimentos respondeu em nota de esclarecimento, dizendo que continuará a actuar de modo a “garantir que os utentes da sua área de abrangência” realizem os exames “complementares de diagnóstico” com “qualidade” e “o mais próximo da sua área de residência”. Quanto aos utentes em regime de ambulatório serão “encaminhados para outras instituições, salvaguardando a sua segurança e a qualidade dos exames, sem qualquer prejuízo para os mesmos”. A ULS Nordeste garantiu ainda que, e em relação às situações de urgência, continuarão a ser encaminhadas para outras instituições.

Jornalista: 
Ângela Pais