Comunidade escolar espera ano lectivo mais tranquilo apesar de manter cautelas

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Ter, 21/09/2021 - 11:43


No início do terceiro ano lectivo marcado pela pandemia, pais, alunos e professores mostram-se confiantes de que este não será tão afectado pelo vírus

Ana Paula Figueiredo, com dois filhos na Escola Secundária Emídio Garcia, diz que tem “esperança de que tudo corra bem” e conta que até “já tomaram a segunda dose da vacina”. “Acho que para as crianças é muito complicado estarem muito tempo fechadas em casa, ficam muito stressadas”, conta, dizendo que espera que as aulas sejam sempre presenciais. Eva Sá Carneiro explica que está mais descansada este ano, porque “a maioria das pessoas já está vacinada, inclusive os professores e nós também já temos mais cuidado, não é o primeiro ano que estamos com estas medidas, já estamos habituados”. A aluna do 12.º ano admite que as normas sanitárias adoptadas nas escolas ainda “fazem sentido porque a pandemia ainda não acabou” e são necessárias, mesmo fora da escola. Respeitando os devidos cuidados, a aluna espera que não seja necessário voltar às aulas on-line. A colega Maria Rosa de 17 anos, que já tem uma dose da vacina, espera também que este seja um ano mais calmo. “Já toda a gente está um bocado mais consciente sobre o que se está a passar” e o facto de muitas das pessoas estarem já vacinadas deixa-a mais tranquila, “porque de certa forma sempre é mais protecção”. Hélder Pires tem uma filha no primeiro ano no Centro Escolar da Sé e diz-se mais “descansado”, já que “as medidas de segurança estão a ser impostas”. Este ano lectivo, mantêm-se regras como obrigatoriedade de utilização de máscara no recinto escolar para alunos a partir dos 10 anos, sendo fortemente recomendada para crianças no 1.º ciclo, o que este encarregado de educação considera ser uma boa medida. Já Cristiana Borges acredita que a adaptação da filha, que vai para o primeiro ano, pode não ser tão fácil. “É ter de usar máscara todo o dia e estar sozinhos na secretária”, refere, destacando que “já foram dois anos difíceis e iniciar um ano desta forma também não vai ser fácil”, no entanto, acredita que “isto já está mais calmo” e espera que as escolas não tenham de voltar a encerrar, até porque “ela está na primeira classe e não seria fácil”. No caso de Sílvio Santos, o optimismo não é ainda tanto. Quando deixou o filho na escola num dos primeiros dias de aulas, confessou que apesar de “mais tranquilo” continua “preocupado”. Também espera que as aulas decorram presencialmente, mas diz que “é uma incógnita”. “Espero que sim, mas sinceramente não estou completamente confiante que não vai acontecer, já temos um surto em Bragança, numa instituição, e numa escola também pode acontecer, é um ambiente com muita gente, com muitas famílias”, salientou. Paula Gonçalves tem uma filha no segundo ano e apesar de o ano passado não ser obrigatório explica que a partir do segundo período todas as crianças usavam máscara e diz que já está, por isso, habituada. “Enquanto não começam as aulas estamos mais descansados, depois vemos nas notícias escolas já a fechar e ficamos com o coração apertadinho”, afirma, mas acredita que tudo corra melhor, porque “as pessoas já estão mais vacinadas e mais conscientes daquilo que se está a passar”. Também no caso dos professores, todos esperam que as aulas decorram presencialmente durante todo o ano lectivo e não seja necessário voltar a recorrer ao ensino à distância.

Professores e auxiliares testados em Bragança

“Em termos de pandemia, penso que a coisa está mais ou menos controlada, que vai correr bem e com aulas presenciais, não conto que tenhamos de voltar para casa”, afirmou Manuel João, professor no Agrupamento de Escolas Miguel Torga. Carlos Fernandes, docente no Agrupamento Abade de Baçal, afirma que o desejo de toda a comunidade “é que seja um ano já mais próximo do que é considerado normal, sabemos que pode haver ainda algumas alterações e adaptações, mas o desejo é esse”. Professores e funcionários dos agrupamentos de Escolas Miguel Torga e Abade de Baçal, em Bragança, foram testados à covid-19. Depois dos testes no agrupamento Emídio Garcia no início da semana passada, quinta-feira fizeram teste cerca de 600 professores e funcionários. Docentes e não docentes consideram que a medida é positiva e dá mais segurança à comunidade escolar, no arranque do novo ano lectivo. “No início do ano, é sempre bom saber se houver algum caso que seja identificado. É preferível começar com o pé direito”, afirmou um dos professores testados no Agrupamento de Escolas Miguel Torga. “Todos nós estamos já vacinados, no entanto, sabemos que poderá haver alguns casos positivos, mesmo vacinados. Este processo dá-nos uma certa segurança em termos o início do próximo ano”, afirmou Fátima Fernandes, directora do Agrupamento de Escolas Miguel Torga. “A adesão é quase de 100%, porque esta primeira fase acho que é muito importante para que as coisas corram bem pelo ano lectivo”, sublinhou a directora do agrupamento de Escolas Abade Baçal, Teresa Sá Pires. Além de docentes e não docentes, também os alunos do secundário e do terceiro ciclo serão testados no arranque deste ano lectivo.

Jornalista: 
Olga Telo Cordeiro