“Encontrei uma Cruz Vermelha a precisar de reorganização e de se expandir”

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Ter, 29/12/2020 - 11:05


Duarte Soares lidera a nova Comissão Administrativa da Delegação de Bragança da Cruz Vermelha Portuguesa (CVP), que desde o dia 6 de Dezembro substitui a anterior direcção, que tinha completado um mandato de quatro anos.

Que situação encontrou quando chegou à delegação de Bragança da CVP e como encara este desafio?

A Cruz Vermelha tem um potencial enorme para responder a situações de vulnerabilidade em diversas áreas. É óbvio que, para a realidade e demografia da nossa região, estamos focados e temos pensada uma actividade muito na área social e na área da saúde. É este potencial da CVP que nos interessa fortalecer, porque pela imagem e pelo histórico que tem, seja na região eoua nível nacional, permite- -nos entrar em quase todas as casas do concelho em todas as áreas de actividade social. Aquilo que encontrei foi uma CV a precisar desta reorganização e de se expandir e crescer com uma equipa muito jovem, focando-se naquilo que é o melhor que a CV de Bragança tem para oferecer: a equipa que tem cá dentro. Uma equipa de colaboradoras jovens e dinâmicas, mas sobretudo associadas a um corpo de voluntariado que, já nas primeiras semanas, se vê que está muito interessado e muito focado. Está até com forte relacionamento com o Instituto Politécnico, está muito preparada e motivada para dar resposta às necessidades que vão aparecendo.

E qual era situação financeira da CV de Bragança quando chegou?

Havia limitações de índole financeira por parte da CV de Bragança. Estamos a trabalhar no sentido de recuperar e fortalecer o património da delegação, o mais importante são os recursos humanos e voluntários, mas é óbvio que precisamos de investimento, em mais recursos, em condições físicas e equipamentos, até clínicos e de protecção individual, um esforço que é preciso fazer. A situação financeira vai melhorar, vamos ter capacidade de investimento e vamos estar muito atentos às oportunidades de poder fazer mais e melhor em áreas até agora talvez mais negligenciados, não por falta de atenção, mas porque a capacidade instalada no concelho ainda é diminuta.

Para além dessa reorganização, quais são os principais objectivos desta direcção?

No fundo, traduz aquilo que é nossa percepção e o trabalho desta nova comissão administrativa, que é composta por mim, o presidente, que sou médico na Unidade Local de Saúde do Nordeste (ULSN), a Ana Gonçalves, enfermeira também na ULS e Patrícia Fernandes, técnica superior de serviço social,. Percebendo esta dinâmica com pessoas muito relacionadas com os serviços de saúde, percebemos as necessidades e temos um mapa bastante detalhado do que podem ser as necessidades sociais das pessoas. Invariavelmente teremos que começar por nos dedicar às áreas do envelhecimento, geriatria, dos cuidados paliativos, da saúde mental e do apoio ao cuidado informal. Isso vai exigir da CV que se modernize, que se expanda para a comunidade, que redinamize até a própria sede, que tem óptimas condições físicas para poder prestar este apoio e que venha a estar mais perto com as actividades sociais, nomeadamente com juntas de freguesia, o município e as IPSS que estão na cidade. Temos esta capacidade de poder dialogar com todos e de potenciar o trabalho feito pelos nossos parceiros. É óbvio que, no futuro, temos maiores ambições. Parece-nos que a questão da migração e destes novos fenómenos de migração, que vêm também deste relacionamento muito forte que o próprio Instituto Politécnico tem com os PALOP, é uma área de muito interesse para a CVP. Temos ainda os programas de apoio as pessoas mais carenciadas, temos um conjunto de áreas onde certamente daremos muito boas notícias a todos os brigantinos

Jornalista: 
Olga Telo Cordeiro