Ter, 26/01/2021 - 11:04
Nesta interrupção não haverá aulas à distância, sendo este tempo compensado, posteriormente, com uma redução das férias. O primeiro-ministro, António Costa, justificou as medidas com o facto de a nova estirpe do vírus estar a registar “um crescimento muito acentuado” e os estudos prospectivos a indicar “que pode vir a atingir os 60% nas próximas semanas”. Perante o cenário de aumento do número de infectados, os encarregados de educação dizem concordar com a decisão. Apesar das medidas de segurança implementadas nos estabelecimentos escolares, em Bragança a opinião dominante dos pais é que é preferível que as crianças fiquem em casa. “Tenho muita pena que isto aconteça, mas acho que, neste momento, é mesmo necessário. Até agora correu tudo muito bem aqui na escola mas, da forma como está o país, é mesmo necessário fechar as escolas”, afirmou Sílvia Melo. Alguns encarregados de educação acreditam mesmo que a decisão já peca por tardia. “Eu acho que é uma medida que já devia ter sido tomada mais cedo. Se se tivesse tomado esta decisão quando iniciou o segundo período, se calhar, não tínhamos chegado a este ponto, porque já se sabia que depois do Natal ia ser assim”, referiu Andreia Martins, outra encarregada de educação. Há quem consiga estar em teletrabalho, mas noutros casos o tipo de emprego não permite. “Vou ter que ficar em casa e recorrer aos apoios. Alguma coisa há-de ser”, explicou Andreia Martins. Os pais com filhos menores até 12 anos que não estejam em teletrabalho e que tenham que faltar por causa do encerramento das escolas terão um apoio de 66% do salário base.
Testes na Secundária de Miranda antes do encerramento
Como medida de prevenção à Covid-19, o Governo decidiu que fossem feitos testes rápidos nas escolas. A testagem começou a ser feita na semana passada, poucos dias antes do encerramento dos estabelecimentos de ensino. Na quinta-feira, a escola secundária do agrupamento de escolas de Miranda do Douro foi a primeira do distrito a testar alunos, professores e funcionários. Segundo o director do agrupamento, toda a gente quis aderir, num universo de 200 pessoas. Uma “oportunidade” que devia ser “aproveitada”, disse António Santos, uma vez que é uma forma de controlar a pandemia. No final do dia a notícia não podia ser melhor, “não se registou nenhum caso positivo”. “Foi muito bom, ficámos muito satisfeitos e agora sempre vamos todos mais tranquilos para casa”, afirmou. Apesar de não haver registo de casos positivos nesta escola, o avanço descontrolado da pandemia e o não cumprimento do confinamento em todo o país, levou o Governo a encerrar as creches, escolas e universidades. Uma decisão que, na opinião de António Santos, foi acertada. “Há duas semanas, eu acharia que não devia fechar mas, neste momento, face aos números que têm sido registados, eu considero que já não há alternativa. Isto é uma situação de tal maneira grave que temos que tomar medidas drásticas, portanto compreendo bem a decisão de encerrar as escolas”, salientou. Com as escolas abertas a circulação de pessoas é notória e a propagação da Covid-19 aumenta. Apesar de considerar que não é na escola que há perigo, uma vez que há regras e medidas de combate à pandemia. António Santos admite que o aumento do número de infectados pode também estar relacionado com “toda a mobilidade associada ao funcionamento da escola”, como o uso dos transportes públicos.
IPB mantém exames
A suspensão de actividades lectivas e de avaliação não se aplica aos estabelecimentos de ensino superior que têm autonomia para decidir. No caso do Instituto Politécnico de Bragança (IPB), a época de exames não vai ser adiada, estando o calendário das provas a ser ajustado. “Deixa de haver aulas presenciais durante este período. Estávamos agora a começar as avaliações do primeiro semestre. Algumas disciplinas mantêm parte das avaliações, a parte prática, presencial e outras passam a on-line”, adiantou o presidente do IPB, Orlando Rodrigues. Também alguns trabalhos de projectos de investigação vão continuar a ser realizados nos laboratórios do IPB, mas o teletrabalho vai ser alargado. “A instituição mantém-se em funcionamento, com a maior parte dos trabalhadores em teletrabalho, sempre que possível. Alguns trabalhos de investigação não podem ser parados, porque as experiências estavam a decorrer e seriam parados com prejuízo. A cantina continua a fornecer refeições e as residências a alojar os nossos alunos que se mantêm aqui”, afirmou. O presidente do IPB afirma ainda que as medidas de segurança vão ser reforçadas e garante que na comunidade estudantil a incidência de casos Covid 19 tem sido mais baixa do que na restante população. Quanto ao segundo semestre, com início previsto para o fim do mês de Fevereiro, Orlando Rodrigues espera que possa decorrer nos mesmos moldes adoptados até agora, com um sistema híbrido de aulas presenciais e on-line e desfasamento de horários.
Missas canceladas
A Conferência Episcopal Portuguesa decidiu cancelar as missas a partir de dia 23. Os sacerdotes vão continuar a celebrar a eucaristia, mas sem a presença de fiéis e à porta fechada, nas igrejas e lugares autorizados pelo Bispo diocesano, sendo algumas transmitidas através da internet e rádio. Também serão suspensas as catequeses e outras actividades pastorais que impliquem contacto