Financiamento de escolas particulares divide opiniões

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Ter, 17/05/2016 - 19:22


No distrito de Bragança, há apenas dois Estabelecimentos de Ensino Particular e Cooperativo, um em Chacim, no concelho de Macedo de Cavaleiros, e outro em Torre de D. Chama, no concelho de Mirandela. As opiniões sobre a sua importância estão longe de serem unânimes.

O Colégio Ultramarino Nossa Senhora da Paz, em Chacim, no concelho de Macedo de Cavaleiros e o Colégio de Torre de D. Chama, no concelho de Mirandela são as duas instituições do distrito de Bragança que podem vir a ser afectadas pelos cortes de financiamento anunciados. Em causa, está a possível revisão do número de turmas que o Estado vai financiar, já a partir do próximo ano lectivo.

No caso do Colégio de Torre de D. Chama, trata-se de uma instituição com 170 alunos. que recebe alunos dos concelhos limítrofes de Vinhais e Macedo de Cavaleiros. O presidente do Município de Vinhais considera que não faz sentido que o Estado financie escolas particulares, sempre que exista uma escola pública na área de residência dos estudantes. “Se temos, em determinadas aldeias, alunos que vão para uma escola privada e, simultaneamente, alunos que vão para o ensino público”, frisa o autarca. O também presidente da Comunidade Intermunicipal Terras de Trás-os-Montes considera, no entanto, que o ensino particular e cooperativo se pode justificar “no caso de haver uma sobrelotação das escolas públicas e nas instituições propriedade de ordens religiosas, como é o caso do Colégio Ultramarino de Nossa Senhora da Paz, em Chacim, no concelho de Macedo de Cavaleiros.

O Colégio de Chacim tem 110 alunos, do 5º ao 9º ano, emprega 18 professores e cinco funcionários. Um grupo de encarregados de educação de crianças deste colégio manifestou-se ontem contra os cortes na comparticipação deste tipo de instituições. Já a directora do colégio, Emília Seixas, referiu ao Jornal Nordeste que não vai interpor qualquer providência cautelar, ao contrário de outras instituições, aguardando ”uma posição definitiva do governo em relação a este assunto.    

Também o Colégio de Torre D. Chama, não vai, para, já apresentar qualquer providência cautelar. O director, Bruno Alfredo Carvalho, acredita que a centralidade da localização geográfica desta escola justifica a sua existência. “Há aldeias de Vinhais e Macedo de Cavaleiros que estão a poucos quilómetros de Torre D. Chama e que distam 30 ou 40 quilómetros da sede de concelho. Não seria muito viável que os alunos tivessem de fazer essas deslocações, quando existe aqui uma escola, nem que alunos daqui fossem para Mirandela”, considera o responsável.

Por sua vez, a Junta de Freguesia de Torre D. Chama está a preparar uma moção em que repudia esta intenção do governo.

Jornalista: 
Sara Geraldes