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FOLGARES com esgotos a céu aberto

Ter, 25/10/2005 - 14:48


Há quatro anos que a fossa séptica onde desagua a rede de saneamento básico da aldeia de Folgares, no concelho de Vila Flor, escoa os esgotos para terrenos agrícolas.

Os agricultores estão cansados de esperar por uma solução para este problema, que tem causado inúmeros prejuízos à lavoura.
“Já me secaram três castanheiros naquele terreno. Além disso, tenho lá várias árvores, mas não se pode comer o fruto sem ser lavado, uma vez que o cheiro é nauseabundo”, denuncia António Carvalho, um dos proprietários de um terreno.
Por sua vez, José Saraiva, outro dos agricultores lesado, acrescenta que tem dificuldade em arranjar pessoal para apanhar a azeitona. “O cheiro é difícil de suportar e as pessoas não querem andar lá a trabalhar. Também já me secaram algumas árvores de fruto e tive que deixar de plantar a horta naquele terreno devido à água do esgoto”, lamenta o agricultor.
O esgoto também corre a céu aberto pelo caminho que dá acesso àqueles terrenos, o que dificulta a passagem dos homens da lavoura.
António Carvalho realça que, muitas vezes, só consegue passar de galochas ou por cima das paredes. “Tenho um cavalo que só atravessa o rego do esgoto se o obrigar”, acrescenta este proprietário.

Fossa tem defeito técnico

Os agricultores acreditam que a água do esgoto está a danificar as culturas e consideram inadmissível que os responsáveis pela autarquia só se lembrem daquele problema na altura das eleições.
Segundo António Carvalho, a infra-estrutura foi inaugurada 15 dias antes das eleições de 2001, altura em que começou a escoar as águas do saneamento básico para os terrenos agrícolas. “Duas semanas antes das eleições do passado dia 9 o esgoto também não correu, mas agora continua a encharcar os terrenos”, acrescentou o agricultor de Folgares.
Os homens da lavoura temem, ainda, que a água do esgoto se infiltre e contamine a água dos poços que, actualmente, só utilizam para regar as culturas. “Costumava beber a água daquele nascente quando ia trabalhar para aquela propriedade, mas desde que o esgoto corre ali ao lado tenho receio que esteja contaminada e nunca mais a bebi”, salienta José Saraiva.
Confrontado com esta realidade, o presidente da Câmara de Vila Flor, Artur Pimentel, garante que vai resolver este problema com a construção de uma ETAR compacta, para tratar os esgotos da aldeia.
O autarca reconhece que aquela fossa séptica tem um defeito de construção, que “não é possível resolver”, pelo que pretende solucionar o problema com a construção da nova infra-estrutura, o que deverá acontecer durante o próximo ano.