Fundos para o Cachão só devem vir no próximo quadro comunitário

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Qua, 09/12/2020 - 19:15


Primeira fase do plano estratégico de recuperação do complexo agroindustrial custará 4 milhões de euros

Só no próximo quadro comunitário de apoio, ou seja a partir de 2022, é que deverá ser contemplada a revitalização do Complexo Agro- -industrial do Cachão. Foi pelo menos essa a indicação deixada pelo novo presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), no passado dia 2, durante uma visita àquela infraestrutura no município de Mirandela. Na ocasião, foi apresentado ao responsável, eleito em Outubro, o plano dos nove autarcas que integram a Comunidade Intermunicipal Terras de Trás-os-Montes para reabilitar o antigo complexo, tornando- -o um pólo de serviços especializados em tecnologia agro- -alimentar. António Cunha reconhece que “a intenção dos autarcas da CIM de recuperar o Cachão” pode “dar um novo fôlego e montar uma estratégia para voltar a dar um metabolismo económico e social, que passa por apostas novas e utilização do potencial para uma maior valorização dos produtos da região, usando conhecimento”, mas deixa entender que só no próximo quadro comunitário de apoio será possível enquadrá-lo para receber financiamento europeu. “Trata-se de um projecto ambicioso, como foi sempre aquele complexo, mas certamente que será para o futuro e para o próximo programa quadro”, afirmou o presidente da CCDR-N, que entende que para já é tempo de “montar a estratégia e mobilizar actores do lado público e privado”. Apesar de ficar, assim, subentendida a ideia de que só a partir de 2022 é que será possível aos municípios da CIM obter algum financiamento público dentro deste quadro comunitário para a primeira fase do projecto, a presidente da câmara de Mirandela acredita que na reprogramação do programa quadro, que acaba este ano, ainda será possível obter algumas verbas para fazer arrancar os trabalhos. “Esta estratégia tem de ser apresentada e enquadrada. Vamos esperar que em 2021 possa haver algum bom sinal para o próximo quadro comunitário e que eventualmente algumas verbas estejam disponíveis ainda neste”, afirmou Júlia Rodrigues. Para a primeira fase, o plano estratégico de revitalização do Complexo Agro-industrial do Cachão necessita de um investimento de 4 milhões de euros, sendo necessário captar investimento público. “Obviamente que tem de ser integrado na estratégia da CIM Terras de Trás-os-Montes com apoio de fundos comunitários e a CCDRN e o Ministério da Coesão Territorial são essenciais para este investimento. Estamos a sensibilizar os decisores políticos para que possam dotar este plano estratégico com investimento público”, refere Júlia Rodrigues, também presidente do conselho de administração do Complexo Agro-industrial do Cachão. Entretanto até ao final do ano está proceder-se “à retirada dos escombros” dos edifícios que arderam, depois do lixo ter sido já removido, e à melhoria do exterior do complexo com a mudança da vedação e outros trabalhos, no âmbito do fundo ambiental. O presidente da CCDRN também foi ver as obas já em curso de remodelação da central de camionagem de Mirandela, orçadas em 580 mil euros e visitou a antiga estação da CP, com um projeto de requalificação no valor de 2,2 milhões de euros, para criação de uma cada de artes e cultura, mas cujo concurso inicial ficou deserto, sendo, em breve, aberto novo procedimento concursal.

Jornalista: 
Olga Telo Cordeiro