Ligação de Bragança à Puebla de Sanabria apresentada na XXXI Cimeira Ibérica

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Ter, 13/10/2020 - 12:35


A XXXI Ciméria Ibérica realizou-se, sábado, na Guarda.

Como Jornal Nordeste já havia avançado, foi anunciada a ligação de Bragança à Puebla de Sanabria. Os governos português e espanhol estiveram reunidos para apresentar a Estratégia Comum de Desenvolvimento Transfronteiriço, que tem como objectivo “facilitar a vida das pessoas que vivem do lado de cá e do lado de lá da fronteira”, segundo António Costa. No plano estratégico estão previstas, no distrito, também as ligações de Quintanilha, Bragança, a Zamora, A11 e de Miranda do Douro a Zamora por Sayago, pela IC5. António Costa considera que as ligações anunciadas “são absolutamente estratégicas para desencravar parte deste território do nosso interior que, verdadeiramente, com uma nova ligação a Espanha pode ajudar a criar em toda a zona raiana uma nova centralidade neste mercado ibérico”. Um documento único que facilite a mobilidade de menores entre Portugal e Espanha, o estatuto de trabalhador transfronteiriço, a acessibilidade aos serviços de saúde, nomeadamente com o 112 transfronteiriço e a criação de um cartão de saúde e a ampliação da conectividade das telecomunicações e do 5G também fazem parte da Estratégia Comum de Desenvolvimento Transfronteiriço. Entretanto, a ligação da linha ferroviária do Douro a Espanha ficou, novamente, de fora dos investimentos previstos. Em comunicado, a Comunidade Intermunicipal do Douro, que incluiu os municípios Torre de Moncorvo, Carrazeda de Ansiães e Freixo de Espada à Cinta, lamenta que “este projecto não seja, uma vez mais, considerado prioridade”. A CIM Douro realçou que a rede ferroviária é “estruturante para a região” e que a ligação transfronteiriça da linha do Douro foi reconhecida, pela Comissão Europeia, “no âmbito de um estudo sobre as ligações ferroviárias transfronteiriças, onde ficou evidenciado o potencial turístico que beneficiaria não só o Douro Vinhateiro, mas toda a região norte de Portugal e Espanha”.

Fecho de fronteiras “não se justifica”

À margem da Cimeira Luso-espanhola, António Costa e Pedro Sánchez afastaram a hipótese de voltarem a fechar a fronteira de Portugal com Espanha, devido à Covid-19. O primeiro-ministro português disse que “não se justifica o fecho das fronteiras”. “Nós temos que conseguir agora controlar a pandemia com novas armas que não pode ser parar outra vez tudo e essas novas armas tem que ser a responsabilidade pessoal de cada um de nós”, afirmou. O chefe de governo português justificou ainda esta decisão referindo que “estamos numa situação diferente da que estávamos em Abril, relativamente ao que cada um sabe sobre o vírus, quer à capacidade que os sistemas de saúde têm para enfrentar os casos mais graves, quer uma alteração significativa da população que está hoje a ser mais atingida”. O presidente do governo espanhol, também defendeu que “não contempla em absoluto o fecho das fronteiras”. Pedro Sánchez realçou ainda que qualquer decisão que tomarem “será do ponto de vista homogéneo e partilhado com o governo português e com os restantes governos europeus”.

Jornalista: 
Ângela Pais