Ter, 25/08/2020 - 10:15
As instituições estão ainda a implementar as condições exigidas e a reajustar as instalações para poder receber novamente os utentes. Segundo Paula Pimentel, presidente da União das Instituições Particulares de Solidariedade Social do distrito de Bragança, inicialmente apenas oito dos 78 centros de dia decidiram abrir. “A reabertura tem de ser devidamente analisada e avaliada pelas instituições, porque estamos a tratar de um grupo de pessoas bastante vulnerável e está em causa a sua protecção e segurança”, sublinha a dirigente. A principal causa apontada pelas instituições tem a ver com o facto de “este tipo de respostas funcionar, muitas vezes, de forma acoplada com outras valências”, como estruturas residenciais para pessoas idosas ou de apoio domiciliário e é necessário ter “a garantia de que não há proximidade com esses utentes e profissionais”. Outra razão que contribuiu para que a maioria dos centros de dia do distrito adiasse a reabertura para Setembro prende-se com o facto de alguns dos idosos estarem, nesta época de férias, acompanhados por familiares. É o que acontece com muitos utentes na Fundação Betânia, onde Paula Pimentel é directora técnica. Mas há também ajustes que têm de ser feitos nas instalações antes de poderem voltar. “No espaço do centro de dia passou a funcionar o serviço de apoio domiciliário”, para evitar o contacto com utentes e funcionários do lar. “Estamos a pensar reabrir a resposta em Setembro, quando todas as condições estiverem devidamente garantidas e asseguradas”, adiantou. Já na Cáritas de Bragança, o centro de dia recebeu de volta, no início da semana passada, os primeiros cinco utentes e outros se vão juntando entretanto, já que a valência está a reabrir de forma faseada. “Tentámos fazer uma análise e ver aqueles que não têm suporte familiar, que estão sozinhos, e esses foram os primeiros a vir. Vamos tentar que haja um regresso de utentes faseado”, explicou a directora de serviços da Cáritas, Cristina Figueiredo, que garante que foi fácil à instituição adaptar-se às regras definidas pelas autoridades. “Não tivemos de fazer grandes adaptações, temos uma entrada individual para o centro de dia, conseguimos manter a distância de dois metros e não há cruzamento com os outros colaboradores e com as crianças que estão nas outras respostas” no mesmo edifício, garante. Segundo Cristina Figueiredo, os utentes estavam ansiosos por voltar ao convívio no centro de dia. “Começámos a assumir outras respostas, como o apoio domiciliário, acompanhávamos essas pessoas no dia-a-dia e notámos que estavam numa solidão muito grande, que sentiam já muita vontade de conviver com os outros utentes, de estar no espaço e fazer actividades e perguntavam quando podiam voltar”, contou, referindo que “foi muito tempo” de isolamento, “principalmente para as pessoas que estão sozinhas”. Grande parte dos centros de dia do distrito de Bragança deverá reabrir a partir de Setembro.