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Mel transmontano contaminado

Ter, 07/06/2005 - 15:15


A alimentação efectuada às abelhas pode estar na origem da contaminação de uma grande quantidade de mel produzido na região transmontana.

Este problema foi focado pela docente da Escola Superior Agrária (ESA) do Instituto Politécnico de Bragança, Letícia Estevinho, durante as Jornadas de Controlo de Qualidade de Produtos Regionais, que decorreram naquele estabelecimento de ensino.
A docente, que debateu “O controlo de qualidade do mel transmontano”, apontou a contaminação das colmeias como um dos grandes obstáculos à produção deste produto rotulado “natural”.
A contaminação por antibióticos foi detectada este ano, através de análises feitas ao produto pelos laboratórios da ESA.
“O mel pode sofrer muitas alterações na sua composição, quer por microorganismos, quer por antibióticos. Por isso o controlo de qualidade é muito importante para impedir que situações de contaminação, como esta, sejam detectadas a tempo”, referiu Letícia Estevinho.

Mel precisa de mais apoios

Esta situação levou ao cancelamento da exportação do produto e causou, ao mesmo tempo, um elevado prejuízo para os apicultores.
“O produto não pôde ser exportado, parte dele foi retido e, aquele que foi comercializado, foi vendido a um preço muito inferior ao valor previsto”, salientou a docente da ESA, acrescentando que o mel não pertencia à Associação do Parque Natural de Montesinho, mas sim a outras associações da região”
Segundo a professora, a contaminação do mel tem efeitos prejudiciais para o organismo humano, uma vez que altera o sistema imunitário. “Os antibióticos vão inibir a flora humana e o organismo acaba por ficar debilitado e susceptível de contrair infecções, provocadas por todo o tipo de microorganismos”, alerta Letícia Estevinho.
A produção de mel é um sector em franco crescimento na região transmontana, mas a falta de apoios e o excesso de burocracia são mais um entrave para os apicultores.
“Apesar de já haver muitos apoios para os produtores de mel do Páis, a maioria não consegue aceder a eles devido ao complicado processo burocrático que é preciso enfrentar”, adverte a docente.
Recorde-se que os apicultores da vizinha Espanha têm mais apoios financeiros e conseguem fazer as candidaturas com mais facilidade, o que ajuda o sector a desenvolver-se mais facilmente.