Ninhos de vespa da galha detectados em Vinhais, Bragança e Macedo de Cavaleiros

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Ter, 17/05/2016 - 19:14


Associações apelam aos agricultores que inspeccionem os seus soutos, de forma a detectar eventuais focos de vespa e eliminá-los, para evitar a sua propagação

O número de castanheiros infectados pela vespa da galha não pára de aumentar. Os últimos casos foram detectados no concelho de Bragança e Macedo de Cavaleiros. Depois de terem sido detectadas galhas infectadas no concelho de Vinhais, há agricultores que encontraram o problema em castanheiros novos na aldeia de Parada, em Bragança e nas localidades de Corujas, Edroso e Podence, em Macedo de Cavaleiros.  

Manuel Afonso vive em Lisboa e tem castanheiros em Parada, de onde é natural. Na semana passada, foi à aldeia para inspeccionar a plantação de castanheiros que fez no passado mês de Março e deparou-se com uma galha afectada e este não é caso único em Parada.  O produtor de castanha descreveu ao Jornal Nordeste a forma como eliminou a galha infectada, esperando que os restantes agricultores procedam da mesma forma. ”Desloquei-me a uma pequena plantação que tinha feito, de 20 castanheiros, e deparei-me com uma galha com esse problema. Cortei-a, metia-a num saco e queimei-a”, contou.

A vespa da galha do castanheiro está aparecer, ate agora, nos castanheiros híbridos, que podem custar o triplo dos normais, por serem mais resistentes à doença da tinta mas que, por serem importados, apresentam um maior risco de contaminação. “Os castanheiros híbridos são castanheiros vindos de fora, de países onde os ataques de vespa são superiores. São importados de Espanha ou França, onde há mais focos de intensidade de vespa. Nos castanheiros produzidos nos viveiros portugueses, não apareceu, até à data, qualquer ataque de vespa”, constata Abel Pereira, presidente da Arborea Associação Agro-Florestal e Ambiental da Terra Fria Transmontana.

Nos últimos dias, a chuva não tem ajudado à inspecção dos soutos mas a Arborea sublinha que este é um aspecto importante e vai intensificar o trabalho de campo nos próximos dias. O objectivo é sensibilizar os agricultores para a necessidade de eliminar as vespas, o quanto antes, para evitar que sejam feitas novas posturas de ovos, que podem eclodir no próximo ano. “ Se forem retirados os ovos dos soutos novos, que se encontram nas galhas afectadas, evita-se que haja uma propagação. De um ovo sai um adulto que pode fazer cerca de 90 posturas”, esclarece o representante da Arborea.

Para já sabe-se que há galhas de castanheiros afectados pela vespa no concelho de Vinhais, Bragança e Macedo de Cavaleiros. Um número que pode vir a aumentar com as inspecções que estão a ser feitas aos soutos de castanheiros novos. 

Jornalista: 
Sara Geraldes