PALÁCIOS recupera museu

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Ter, 09/08/2005 - 16:22


O museu rural da aldeia de Palácios, no concelho de Bragança, sofreu obras de beneficiação na parte exterior.

Os trabalhos incidiram no telhado, onde foi colocada uma “capa de tela” entre as telhas e o soalho, para impedir as infiltrações de água. Contudo, a telha manteve-se a mesma, uma vez que estas obras tinham como objectivo recuperar esta infra-estrutura, mas mantendo as suas características rústicas e tradicionais.
O cabanal do museu também sofreu uma remodelação, uma vez que os pilares de madeira que seguravam a estrutura já estavam podres e tiveram que ser substituídos.
“O museu já estava bastante degradado. Para além de chover lá dentro, o que degradava o espólio, a parte do cabanal ameaçava ruir a qualquer momento”, refere o presidente da Associação Cultural, Recreativa a Ambiental de Palácios, Raul Tomé.
Este problema também é realçado pelo tesoureiro da Junta de Freguesia de S. Julião de Palácios, Maximino Alves. “Com o passar dos anos o museu foi-se degradando e já precisava de obras”, acrescentou o responsável.
As obras de requalificação, que decorreram durante o passado mês de Julho, custaram cerca de 10 mil euros. Este valor vai ser comparticipado em 8 mil euros pelo Parque Natural de Montesinho e o restante é suportado pela Junta de Freguesia de S. Julião de Palácios.

Artefactos agrícolas
e domésticos

A catalogação das peças que existem no interior do museu, recorrendo aos saberes dos mais antigos, é a tarefa que ainda falta cumprir, para que este espaço histórico fique completo.
“Daqui a mais ou menos um mês a Junta vai proceder à identificação das peças com etiquetas, onde vai constar o nome e mais alguns dados que consigamos apurar junto das pessoas mais antigas da aldeia”, realça Maximino Alves.
Este museu rural representa um pedaço da história de Palácios, mas também da região da Lombada, uma vez que acolhe vários objectos antigos, que já serviram para as lides agrícolas e domésticas das gentes da localidade.
Muitas das peças expostas neste espaço foram oferecidas pelos populares, que já as tinham herdado dos seus antepassados. Por isso, estes artefactos, a maioria deles ligados ao ciclo do linho, à rota do vinho, à pastorícia e à cozinha tradicional, são considerados verdadeiras relíquias.
O museu de Palácios nasceu no antigo lagar comunitário da aldeia, onde outrora a população se juntava para trabalhar o vinho. Hoje, satisfaz a curiosidade dos visitantes, que se deslocam de diferentes pontos do País e da vizinha Espanha.
Segundo Maximino Alves, este ano o museu já recebeu mais de 800 visitantes, entre adultos e crianças, que ficaram encantados com as histórias da vida de antigamente.