PARIS “plus proche”

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Ter, 02/08/2005 - 15:36


Compensa fazer 15 horas de viagem por auto-estrada quando já se pode viajar de Paris até Bragança de avião, em apenas quatro horas?

É esta a pergunta que paira no ar após a empresa Aerocondor ter arrancado com os voos experimentais entre a capital do Nordeste Transmontano e a Cidade Luz.
A rota Paris-Agen-Bragança arrancou na passada sexta-feira, quando 48 pessoas, a bordo de um ATR 42, embarcaram em Paris (Orly) e aterraram no aeródromo bragançano.
O acontecimento despertou a curiosidade dos emigrantes que já se encontram na região e de diversos bragançanos residentes, que se concentraram no aeródromo para assistir à chegada do voo internacional.
A ligação continuará até 29 de Agosto, o prazo definido pela Aerocondor para efectuar os voos entre França e Bragança, a título experimental.
Se a taxa de ocupação corresponder às expectativas, a empresa continuará com os voos internacionais, em especial nas épocas do Natal, Páscoa e Verão, em que os emigrantes, tradicionalmente, regressam a Trás-os-Montes.
“É uma aposta que comporta algum risco e que continuará de acordo com os resultados desta experiência”, explicou o presidente da Aerocondor, Victor de Brito.
Para já, a partida de Paris faz-se à sexta-feira, com escala em Agen antes de chegar a Bragança. O regresso tem lugar à segunda-feira, mantendo-se a escala naquela cidade do Sul de França.
No que toca a tarifas, o bilhete Bragança-Paris custa 149 ou 298 euros, consoante se trate de viagem simples ou de ida e volta.
Se o itinerário for Bragança-Agen, o custo sobe para os 185 euros, com taxas incluídas, preço que duplica se o bilhete for de ida e volta.

Promoção tardia

Segundo o director comercial da empresa, Fernando Lopes, houve algumas dificuldades no lançamento da carreira internacional. “Só no dia 11 de Julho é que a Aerocondor foi autorizada a divulgar os voos, devido à tardia confirmação da operação por parte do aeroporto de Paris (Orly)”, lamenta o responsável.
As obras de ampliação da pista do aeródromo de Bragança para 1700 metros também criaram um compasso de espera, dado que só depois da conclusão dos trabalhos e da aprovação do Instituto Nacional da Aviação Civil (INAC) é que a Aerocondor podia promover os novos voos.
Até final da primeira quinzena de Julho, a decisão do INAC permanecia no segredo dos deuses, mas o Instituto acabou por autorizar os voos durante 60 dias. Só depois deste período é que o INAC procederá à certificação final da pista do aeródromo de Bragança, onde a autarquia ainda vai fazer alguns ajustes, nomeadamente ao nível da marcação da pista.
Mesmo assim, em apenas quinze dias, as reservas para os primeiros voos garantem uma ocupação de metade dos lugares. “As reservas deixam-nos satisfeitos e aparecem diariamente, mas lembro que o lançamento duma carreira deste género precisa de três meses de antecedência, pelo menos”, recorda Fernando Lopes.
De qualquer forma, o site da empresa dá conta de algum desagrado. “A Aerocondor lamenta os eventuais inconvenientes causados pela divulgação tardia dos respectivos serviços. Esta situação, à qual somos totalmente alheios, é tão prejudicial aos utilizadores da linha como à própria empresa, que poderá ver a sua taxa de ocupação reduzida e, eventualmente, não atingir os objectivos pretendidos”, lamenta a empresa numa nota de imprensa.

Outros voos

A Aerocondor também assegura a carreira aérea Bragança-Vila Real-Lisboa, tendo iniciado, no passado dia 31 de Dezembro, a ligação aérea entre Agen e Paris.
A vitória no concurso para esta ligação, em confronto com várias empresas nacionais e estrangeiras, levou a Aerocondor a aceitar o desafio de voar entre Bragança e Paris, indo de encontro às aspirações do presidente da Câmara Municipal de Bragança, Jorge Nunes, que pretende convencer o Governo a transformar o aeródromo de Bragança num aeroporto de âmbito regional.
Da parte do INAC, já foi anunciada a instalação de um sistema de rádio ajuda capaz de auxiliar as aeronaves na operações nocturnas e em condições climatéricas adversas.