Rali de Portugal

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Ter, 19/04/2005 - 18:45


Quase sem ninguém dar por isso, o Rali de Portugal trocou os montes e vales de Trás-os-Montes pela planura do Algarve.

Aquele que ficou conhecido como “Rali dos Pequeninos” não encontrou no distrito de Bragança as condições necessárias para voltar a ser um “Rali dos Grandes”, ou seja, a contar para o Campeonato Mundial de Ralis. Foi quanto bastou para deitar por terra os investimentos feitos pelas Câmaras Municipais de Alfândega da Fé e Macedo de Cavaleiros na melhoria dos estradões transmontanos.
O Rali de Portugal parte para o Algarve de forma definitiva, não por culpa das autarquias, que abraçaram o desafio desde a primeira hora, mas porque a região carece de infra-estruturas indispensáveis para acolher uma competição de nível mundial. E, como o regresso de Portugal aos Mundiais de Rali é o principal objectivo da organização, não houve outra solução senão transferir as classificativas para terras algarvias.
À excepção do público, que sempre soube cumprir as regras de segurança, o distrito de Bragança está longe de cumprir as duas principais exigências da FIA no contexto de uma prova de nível mundial. Falta um aeroporto capaz de trazer e levar pilotos, equipas técnicas e adeptos com rapidez e faltam unidades hoteleiras com capacidade para albergar milhares de pessoas num raio de poucos quilómetros.
Mas, de nada vale às autarquias desistirem do Rali, porque cidades como a Póvoa do Varzim, por exemplo, há muito que vêem passar as competições nacionais, com todos os benefícios que isso traz ao nível da hotelaria e restauração.
Por cá, o município de Murça é um dos que tem sabido tirar partido das condições excepcionais da região para o desporto automóvel. Há vários anos que a pista murcense é palco de provas de Autocross e Kartcross de âmbito nacional. Como recompensa, há dois anos que a FIA escolhe Murça para o Campeonato Europeu daquelas modalidades e o resultado são hotéis e residenciais lotadas, seja na vila anfitriã ou nas cidades de Mirandela e Vila Real. Isto para não falar da projecção da região além fronteiras.