Residências gratuitas para alunos deslocados sem secundário nos concelhos de origem

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Ter, 27/07/2021 - 16:25


A aplicação da medida, que era reivindicada por pais e forças políticas, foi garantida pelo governo

O alojamento em residências estatais para alunos a partir do 10.º ano de concelhos sem oferta de secundário vai passar a ser gratuito. A reivindicação de pais, autarcas e deputados para que não tivesse de ser pago o alojamento nestes casos, deverá assim ser atendida a partir do próximo ano lectivo. Isso mesmo foi garantido pelo Ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, numa audição parlamentar. “É entendível que temos que trabalhar para dar cada vez mais condições. As residências de estudantes, posso assumir que sim, serão gratuitas no próximo ano”, referiu. O ministro respondia a uma questão levantada pela deputada do PSD, eleita pelo distrito de Bragança, Isabel Lopes, que considera que a garantia do ministro é uma boa notícia, no entanto, entende que deveria também haver apoio para o transporte dos estudantes. “Temos que assegurar o alojamento e, pelo menos, a deslocação a esses alunos. No próximo ano lectivo, as residências já não vão ser pagas. Era caricato que os alunos que estavam em residências de estudantes tivessem que pagar residências que são do Ministério da Educação”, afirmou, defendendo que “ainda assim, deviam ter a possibilidade de ter outros alojamentos, igualmente gratuitos”. No distrito de Bragança há dois concelhos sem esse nível de ensino: Freixo de Espada à Cinta e Vimioso. O autarca deste último concelho, Jorge Fidalgo, ficou satisfeito com esta garantia da tutela. “Com a insistência da câmara municipal e com a abertura e empenho da senhora secretária de Estado da Valorização do Interior, conseguimos sensibilizar o Ministério da Educação de que os jovens de Vimioso e de concelhos em que não ensino secundário continuassem a ser duplamente prejudicados”, sublinhou. Mas o autarca continua a reclamar ensino secundário para Vimioso. “É uma pequena conquista, sendo que o ideal era que o ensino secundário funcionasse mesmo em Vimioso. Continuo a não perceber como é que numa questão básica, que é a educação, o Ministério da Educação insiste em não ter ensino secundário em todos os concelhos”, acrescenta.

Jornalista: 
Olga Telo Cordeiro