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Teatro em crise

Ter, 09/08/2005 - 16:48


A Filandorra – Teatro do Nordeste está a ponderar o lançamento de um bilhete vitalício, até ao final deste mês, que vai ser vendido a cinco euros em toda a região transmontana e duriense, para tentar ultrapassar crise que se instalou no teatro profissional do Norte.

De acordo com a Companhia, esta situação deve-se ao facto das verbas atribuídas no concurso de apoio às companhias nortenhas terem sido bloqueadas, por decisão do tribunal, aquando da contestação de uma companhia da região que não foi subsidiada.
Dadas as dificuldades financeiras que atravessa a Filandorra, devido ao impasse na atribuição do subsídio anual de cerca de cem mil euros, a Companhia pede à ministra da Cultura para tomar uma atitude pública sobre esta matéria.
“Caso a ministra não tome uma decisão põe em risco a nossa actividade. Para além do bilhete vitalício, a redução de pessoal com o despedimento de elementos da Companhia é outra das decisões que podemos ter que tomar se esta situação não evoluir até ao final do mês de Agosto”, adverte o director artístico da Filandorra, David Carvalho.

Situação desesperante

Segundo o responsável, apesar da situação “desesperante” que a companhia atravessa, o encerramento não está em causa, uma vez que a Companhia tem compromissos com 38 autarquias da região Norte que “obrigam” à realização de espectáculos até ao final do ano.
Durante 2005, a Filandorra já apresentou 181 espectáculos por toda a região Norte, aos quais assistiram cerca de 23 mil espectadores, que, de acordo com a Companhia, ultrapassam em larga escala o que está acordado com o Ministério da Cultura.
“ Só este ano a nossa Companhia já visitou mais de 32 concelhos nortenhos. Trata-se de milhares de quilómetros percorridos com um reportório de nove espectáculos, que obrigam ao esforço mental quase todos os dias e com diferentes textos”, enfatiza David Carvalho.
O responsável acrescentou, ainda, que o Ministério da Cultura devia adoptar novas medidas, nomeadamente a possibilidade das companhias teatrais com mais de 10 anos de actividade receberem um apoio “automático”, sem terem que se candidatar.