Um sacerdote operacional

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Ter, 05/07/2005 - 16:54


A freguesia de Poiares, no concelho de Freixo de Espada à Cinta, festejou anteontem as Bodas de Ouro Sacerdotais do padre Celestino Augusto Manso.

O sacerdote nasceu naquela freguesia a 22 de Dezembro de 1930, tendo sido ordenado a 3 de Julho de 1955, no Seminário de São José, em Bragança.
A vida sacerdotal de Celestino Manso começou por vocação, após ter ingressado no Seminário de Vinhais. Depois, passou pelo ensino e por missões nas ex-colónias, como capelão militar. Aos 35 anos, e com o patente de tenente, fez duas comissões em Angola, para depois servir na região do Algarve, em três quartéis do Exército.
Moçambique foi outro dos destinos do homenageado. Precisamente na altura em que a Guerra Colonial “fervia”, o padre Celestino Manso passou dois anos em Cabo Delgado, Porto Amélia, Moeda e outras paragens ultramarinas.
De regresso a Portugal, o capelão foi colocado na Escola Militar de Electromecânica, acumulando funções noutras unidades militares das margens norte e sul do Tejo. Chegou a capelão da Região Militar de Lisboa, servindo posteriormente no Comando Geral da GNR, onde viria a reformar-se com o posto de Tenente-Coronel, em 1995.

Activo na reforma

Agora que está na condição de reformado, o clérigo continua activo e vai fazendo serviços religiosos em algumas paróquias da Área Metropolitana de Lisboa.
Durante a conversa no decorrer da homenagem, a emoção tomou conta do padre Celestino Manso, principalmente quando se lembrava da infância passada em Poiares e do carinho que lhe foi demonstrado por todos os seus conterrâneos.
Numa altura em que se fala em crises de vocações na Igreja, o homenageado deixou o testemunho de 50 anos ligados ao sacerdócio. Segundo o padre Celestino, “é preciso incentivar os jovens para a vida religiosa, pois quando todos os valores estiverem aproveitados não haverá vocações suficientes para o sacerdócio”.
Após 50 anos de serviço religioso e de muitas vivências, o clérigo não duvida de que “há muitos jovens com vontade de servir o próximo”.
Durante a homenagem, quem conheceu e privou de perto com o padre Celestino salientou que se trata de “um homem com um grande coração e devoção a Deus”. Foi o caso de Fernando Teixeira, um antigo colega de carteira do sacerdote na Escola Primária de Poiares. “Nos tempos de escola era um brincalhão, e ainda hoje o é”, referiu o popular.