“Verdes” questionam governo sobre o rio da Aveleda

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Ter, 04/08/2020 - 17:57


O Grupo Parlamentar “Os Verdes” questionou o Ministro do Ambiente e da Acção Climática sobre a recuperação das escombreiras das minas do Portelo e da desobstrução do leito do afluente Pepim, no Parque Natural de Montesinho, concelho de Bragança.

Em Abril o Ministério do Ambiente anunciou um investimento de 75 milhões de euros na reabilitação dos leitos e margens dos cursos de água no país, mas até agora ainda não foi publicada a lista dos rios que vão ser intervencionados. Maria Silva, deputada dos Verdes, quer saber se o rio Pepim estará incluído na lista, uma vez que a última intervenção foi feita em 2009 e ficou por concluir a segunda fase, que seria a “reconstituição dos ecossistemas”. “É urgente fazer esta obra”, começou por referir a deputada, explicando que, ainda assim, “não acredita que esta seja a solução”. Os Verdes entendem que a solução passaria por uma intervenção “mais profunda” nas minas. “Como sabemos estes projectos de exploração mineira trazem consequências para os locais onde existem e que depois ficam dependentes do comprometimento da empresa ou da empresa de desenvolvimento mineiro de proceder à recuperação destas áreas e de restabelecer as condições mínimas na zona”, disse Mariana Silva, reiterando que a segunda fase, que consiste na recuperação dos leitos e dos ecossistemas, ficou por realizar. O Grupo Parlamentar questionou ainda o ministro sobre a qualidade da água visto que, em 2011, o Instituto Politécnico de Bragança realizou um estudo que concluiu que a água tinha valores “críticos” de PH e presença de metais pesados. “É preciso perceber até que ponto estas escombreiras possam estar a prejudicar a qualidade da água”. Segundo Mário Gomes, presidente da união de freguesias de Aveleda e Rio do Onor, onde se situa o rio Pepim, “pouco tem sido dito” sobre a requalificação deste afluente do Rio Sabor. “Quer os deputados do partido Ecologista Os Verdes, quer a deputada de Bragança do PSD já colocaram essa questão ao Sr. ministro, que respondeu que sim, que estaria, mas a dúvida persiste, não temos a certeza se o rio está incluído neste plano de recuperação”, disse. O autarca revelou ainda que serão feitas análises nas escombreiras das minas, pela Universidade de Salamanca, para se tentar perceber qual o “estado químico” dos inertes. Em Setembro, num to- tal de 14 quilómetros, ape- nas 500 metros das margens do Rio Pepim, na aldeia da Aveleda, vão ser intervencionados, com o financiamento de cerca de 50 mil euros da Agência Portuguesa do Ambiente.

Jornalista: 
Ângela Pais