Às armas, às armas!

PUB.

Para os portugueses de lei, com quilates para tanto, seja qual for o credo ou a cor da pele e que não obtiveram a cidadania por caridade, o Hino Nacional é um dos símbolos da Pátria, a par da Bandeira e do Presidente da República. Para a maioria, porém, este último, na pessoa do actual titular, não passa disso mesmo, de um símbolo oco, de um fetiche do Regime. De uma mascote da fina flor política, que não é flor que se cheire, que vive alapada nos meandros do sistema e que já anda alvoroçada nas televisões e nos jornais, a tentar garantir privilégios com a reeleição do seu protector, enquanto é tempo. A Bandeira Nacional que mantém, felizmente, o simbolismo universalista, apenas drapeja quando o arfar da direita moribunda lhe dá de feição. Já os arrotos ideológicos de uma certa casta de esquerda que, se pudesse, já teria substituído a esfera armilar pela caveira dos piratas, geram ventos insidiosos de racismo e sexismo que maculam a democracia com monstruosidades tais como a diabólica ideologia do género. Uma outra casta da dita, saudosista do perdido paraíso marxista-leninista, que se despedaçou em variados infernos comunistas, persiste em lançar no ar baforadas festivas de vírus, foices e martelos. Avante camaradas! Felizmente que o Hino Nacional conserva a mensagem patriótica original em que se destacam as estrofes que abrem com a proclamação Às armas, às armas! Pela Pátria lutar! Sensível a este chamamento patriótico, o povo português recorrerá inexoravelmente às armas, se a tanto for obrigado, como na crise de 1383-1385, na revolta da Maria da Fonte ou no Verão Quente de 1975. Que ninguém duvide! Com mais força de razão agora que piratas anónimos das ilhas Caimão, reconhecidos corsários do Novo Banco, da TAP e da EDP, para não citar outros mal-afamados flibusteiros, impunemente saqueiam o Estado e traem a Nação. É sentimento popular generalizado que o País está refém de associações de malfeitores e que, por isso mesmo, o Estado está cada vez mais endividado, os portugueses cada dia mais pobres, a sociedade mais desigual e nas escolas se ensina selvajaria e perversão sexual sob o véu da cidadania e do civismo. Enquanto isso a Justiça continua incapaz de conferir ao Regime a indispensável dignidade democrática. Já ninguém sabe quem governa Portugal! Não é de estranhar que a maioria dos portugueses, face à gravidade da situação, suspire por um mais bem-sucedido 25 de Abril. Mas também não é por aí que devem ir os portugueses e ainda bem que o povo é sereno, embora crédulo e cordato. Até ver. Devem, isso sim, os portugueses de lei, pegar nas armas que a democracia lhes faculta e fazer justiça pelas suas próprias mãos. Não a justiça de Fafe, a do sacho, do estadulho, ou da caçadeira. Antes a justa indignação a que têm direito, a manifestação pública, a denúncia leal e verdadeira de todo e qualquer crime contra a Nação! O voto certeiro, preferencialmente. Com a Portuguesa como música de fundo, claro está! Também os políticos dignos e honrados, que por certo ainda há, devem respeitar o povo e rebelar-se contra o Regime agonizante, abrindo caminho para a democrática refundação da Democracia, antes que os vende pátrias provoquem a guerra civil e apaguem Portugal da História da Civilização. Às armas, às armas! Pela Pátria lutar!

Henrique Pedro