Qua, 02/11/2005 - 14:38
O representante da bancada laranja, Domingos Veiga, desenterrou o clima da campanha eleitoral e elegeu o vereador e líder dos populares, Domingos Doutel, como o principal alvo da tarde da passada terça-feira.
Primeiro, o deputado municipal do PSD lembrou a ausência de Doutel em diversas Assembleias Municipais. Depois, comparou o vereador a um “ditador” e acusou-o de “arrogância, desonestidade intelectual e campanha baseada na mentira”.
À medida que Domingos Veiga ia desfiando o seu discurso, aumentava o burburinho na sala, mas a principal acusação ainda estava para vir. “A Santa Casa da Misericórdia tem feito um trabalho meritório no concelho, ao contrário de outros que, estando em lugares que podiam ajudar a instituição, não o fizeram, demonstrando que são maus mirandelenses.
A insinuação não caiu bem a António Gonçalves, responsável pelo Departamento de Acção Social no período em que Domingos Doutel dirigiu o Centro Distrital de Segurança Social. O membro da bancada do CDS-PP não se conteve e, quando o representante laranja abandonou o palanque, disparou: “Olhe que é feio mentir”.
Críticas a Henrique Pedro
Estava instalado um clima de crispação entre os dois partidos, ao qual o presidente da Câmara Municipal de Mirandela, José Silvano, juntou mais um alvo.
Sem nunca referir o nome do ex-vereador Henrique Pedro, eleito pelo PS nas Autárquicas 2001, o edil mirandelense recordou que “os três últimos meses deste mandato foram feitos de acontecimentos surrealistas e de bastante maledicência”. Tudo, porque, acrescentou o autarca, “um vereador que comigo esteve em equipa durante três anos e nove meses, quando soube que não ia na lista da futura Câmara, juntou-se aos três vereadores do CDS-PP e, em conjunto, criaram um conjunto de factos políticos que não dignificaram a Câmara, nem os seus funcionários”.
Depois foi a vez de lembrar a aposta que os populares fizeram em Mirandela. “É uma derrota do líder distrital do CDS-PP, que subordinou toda a sua política à conquista do concelho de Mirandela e é uma derrota do líder nacional do CDS-PP, que aqui jogou todo o seu capital político, dando a cara da forma que o fez por esta candidatura”, recordou José Silvano.
Marca chapéu
Mas, nem só de recados foi feita a tomada de posse dos órgãos autárquicos mirandelenses. O edil anunciou a criação do Gabinete de Apoio ao Munícipe e da marca chapéu “Mirandela Qualidade Superior”, que vai rotular os produtos tradicionais do concelho. “Será a nossa principal bandeira de afirmação, promoção e criação de riqueza, capaz de caracterizar a qualidade da nossa cidade, concelho e produtos”, assevera José Silvano.
Quanto às críticas, Domingos Doutel promete responder na próxima sessão da Assembleia Municipal, que volta a ser presidida pelo social-democrata, Manuel Pavão.