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Festival de Turismo de Natureza levou 80 participantes a desafiar limites em Terras de Trás-os-Montes

Ter, 28/09/2021 - 09:35


Equipas com elementos de 18 países atravessaram os nove concelhos da CIM-TTM ao longo de quatro dias sem parar

O Norcha - Festival de Turismo de Aventura de Trás-os-Montes já passou ao longo de quatro dias pelas Terras de Trás-os-Montes. Cerca de 80 participantes de 18 países, divididos por outras tantas equipas, percorreram cerca de 500 quilómetros, em trekking, btt, caiaque e desportos radicais, dia e noite, sem parar. A prova de aventura e resistência percorrer os nove concelhos da Comunidade Intermunicipal Terras de Trás-os-Montes, responsável pela organização do Norcha este ano.

A aventura partiu de Bragança na quinta-feira, seguiu para Vinhais, Macedo de Cavaleiros, Vimioso, Miranda do Douro, Mogadouro, Alfândega da Fé, Vila Flor e Mirandela. Há pontos de passagem obrigatória, mas cada equipa escolhe a melhor forma de os atingir. Uma das equipas portuguesas participantes foram os Fronteiros de Chaves. Pedro Ferreira conta que houve alturas em que pensavam que não “estavam preparados para os 500 km”, mas a verdade é que “o resultado foi positivo” e chegaram “ao final como uma equipa”. Durante os quatro dias só dormiram cinco horas no total. “Na primeira vez, parámos num palheiro para dormir, na segunda num local disponibilizado pela organização e também descansámos meia hora numa paragem de autocarro”, conta o participante.

Joana Simões é uma das integrantes da equipa que o exército constituiu para participar no Norcha. À saída de Bragança, a militar de 25 anos acreditava que o treino podia ser uma vantagem. “No exército temos o nosso próprio treino, então acho que ajuda a preparar para uma prova destas”, afirmou, dizendo que o objectivo era chegar ao fim, o que a equipa acabou por conseguir. Os primeiros a chegar à meta em Mirandela foram os suecos Alphadental. Outra equipa bem classificada foi a proveniente do Uruguai. Laura Moratorio e Gonzalo Smaldone não são estreantes neste tipo de prova, mas é a primeira vez que tentam superar um desafio destes em Portugal. “Ficamos agradados com a proposta, tínhamos muita vontade de viajar, há muito que não o fazíamos. O que o percurso oferece parece-nos encantador e queríamos conhecer Trás-os-Montes”, sublinham. A equipa acabou por ser uma das primeiras a concluir a prova este domingo. No entanto, a equipa esteve prestes a desistir, conta Ruben Maduré. “Tivemos um problema de saúde no último dia, mas fomos devagar, com pensamento positivo para chegarmos à meta, em modo de sobrevivência e conseguimos”, referiu o atleta que diz mesmo que pondera regressar à região no futuro. Quem também se mostrou encantado pelas paisagens transmontanas foi Santiago Rodriguez, vindo de Espanha. “Ficámos muito surpreendidos, passamos por terras com castelos muito bonitos, estivemos em rios com canhões enormes, mudar de paisagem de repente, era uma vista impressionante, os caminhos, as plantações, os bosques, era tudo muito bonito”, afirmou.

Este era um dos objectivos da iniciativa: promover o território como um destino de aventura e de natureza. “Penso que o resultado foi conseguido, porque exportamos um pouco do nosso território, desde o ponto de vista da natureza. Envolver nove municípios num evento de grande alcance internacional permitiu transmitir que Trás-os-Montes tem um grande potencial ao nível da natureza e do desporto profissional”, afirmou Artur Nunes, presidente da Comunidade Intermunicipal Terras de Trás-os-Montes. Norcha resulta da conjugação das palavras Norte e Challenge (desafio) e é uma prova que envolve várias modalidades e que testa a capacidade de resistência dos participantes, explica Pedro Pinto, da direcção geral do Norcha. “Tiveram que gerir o que têm, para atravessar cerca de 500 quilómetros, durante quatro dias, dia e noite sem parar. O verdadeiro desafio foi gerir a capacidade de descanso, quando fazer uma pausa. O espírito de equipa e a resistência são aspectos muito importantes neste tipo deprova”, afirmou. O Norcha é a única prova deste tipo que se reliza actualmente em Portugal e integra o Circuito Europeu de Corridas de Aventura. Apenas uma equipa desistiu da prova.

Jornalista: 
Olga Telo Cordeiro