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Isabel Ferreira toma posse e promete “novo futuro” para Bragança com foco na inovação e na criatividade

Ter, 04/11/2025 - 11:50


Determinada a iniciar “um novo futuro” para o concelho, a ex-governante anunciou dois projetos-bandeira, Bragança Cidade de Inovação e Bragança Criativa

Isabel Ferreira tomou posse na sexta-feira, como presidente da Câmara Municipal de Bragança, encerrando 28 anos de governação social-democrata. A ex-secretária de Estado afirmou estar pronta para iniciar “um novo futuro” para o concelho, centrado em duas áreas prioritárias, inovação e criatividade.

A cerimónia decorreu no Teatro Municipal de Bragança, com casa cheia. “Senti, durante a campanha, e continuo a sentir uma enorme esperança das pessoas na mudança. Há vontade de voltar a acreditar que Bragança pode ser um concelho com centralidade regional, nacional e internacional”, afirmou, reconhecendo a “grande responsabilidade” que assume perante as expectativas elevadas dos brigantinos.

Nos primeiros dias de mandato, a nova autarca promete dedicar-se a conhecer em detalhe a situação da câmara, identificando assuntos urgentes e pendentes. “Não trabalhava na autarquia e preciso de me inteirar dos vários departamentos para perceber o que está em curso e o que precisa de ser resolvido”, explicou.

Entre as prioridades já traçadas destacam-se dois projetos-bandeira que, segundo a presidente, servirão de “fundo de governação” no primeiro ano de mandato. O primeiro, “Bragança – Cidade de Inovação”, pretende unir o Instituto Politécnico de Bragança, a Unidade Local de Saúde do Nordeste, os agrupamentos de escolas, centros de investigação, como o Laboratório Colaborativo MORE e o Brigantia Ecopark em torno de clusters tecnológicos e agroindustriais, para reforçar a competitividade do território.

O segundo projeto, “Bragança Criativa”, integrará as áreas da cultura, desporto, ação social e turismo, apostando em estilos de vida saudáveis e na valorização dos agentes culturais locais. “Temos artesãos, artistas e equipamentos que podem ser motores desta estratégia”, sublinhou.

A presidente manifestou também preocupação com fundos comunitários perdidos e com a taxa de execução orçamental deixada pelo anterior executivo. “É tempo de reorganizar, definir um quadro de investimentos alinhado com as nossas prioridades e procurar novas fontes de financiamento”, afirmou.

Isabel Ferreira garantiu ainda atenção especial a projetos estruturantes como a revitalização do centro histórico, em particular da Praça Camões e do mercado municipal, bem como às necessidades das freguesias rurais, nomeadamente em termos de saneamento e abastecimento de água.

Com experiência governativa, parlamentar e académica, Isabel Ferreira afirma-se pronta para o desafio. “Sinto-me preparada. Coloco ao serviço de Bragança toda a minha experiência e o meu compromisso de construir um concelho que volte a estar no mapa”, terminou.

 

Nuno Moreno toma posse como independente

Refira-se que Nuno Moreno, número dois da lista, tomou posse como independente. Volvidos quatro dias das eleições, disse que o exercício do mandato de vereador poderia ser feito no âmbito do grupo municipal do PS, o que, àquela época, lhe parecia “muito difícil”, e poderia ser feito “de forma independente”. Nuno Moreno acabou por decidir assumir o cargo como independente porque “houve uma grave e irreparável quebra de confiança, lealdade e lisura política, e, sobretudo, pessoal, com a nova liderança do Executivo Municipal, leia-se, Prof. Isabel Ferreira, que tornou insustentável qualquer relação de trabalho e política sob orientações diretas da mesma”.

Referiu ainda que a sua opção decorre de uma “profunda falta de identificação com o perfil e estilo de liderança”, e o “modo de relacionamento pessoal e comportamental” da nova presidente.

O presidente da concelhia de Bragança do PS, Artur Pires, manifestou que a estrutura não aceita nem compreende a posição de Nuno Moreno. “Os vereadores, e no caso, o vereador Nuno Moreno, foram eleitos numa lista do PS, convidados por esse mesmo partido e integrados num projeto político coletivo, ao qual devem lealdade e respeito”, assumiu, dizendo que “não foram eleitos de forma independente e é precisamente essa representatividade coletiva e partidária que lhes conferiu a legitimidade e a confiança dos eleitores”.

A tomada de posição de Nuno Moreno “não respeita a vontade dos brigantinos expressa nas urnas”, que “mostraram inequivocamente querer dar uma maioria ao Partido Socialista”.

Em resposta à concelhia, Nuno Moreno destacou que é uma reação política esperada, mas que “falha em abordar a raiz do problema”, que é a quebra de confiança entre este e a autarca. Diz ainda que o argumento de que a sua atitude “compromete a confiança” é uma “incoerência insustentável e uma tentativa de inverter a culpa”.

 

PSD governa Assembleia

Refira-se ainda que também houve mudança na presidência da Assembleia Municipal. Jorge Novo, eleito pelo PS, perdeu o cargo para Eduardo Malhão, do PSD.

Apesar de ter garantido mais votos, elegendo 20 deputados contra os 18 do PSD, o resultado final acabou por pender para os sociais-democratas. O fator decisivo esteve nas juntas de freguesia, o PSD conquistou 34 presidências, enquanto o PS ficou apenas com cinco. Com essa maioria entre os presidentes de junta, Eduardo Malhão conseguiu reunir mais apoios e venceu a votação interna, tornando-se o novo presidente da Assembleia Municipal de Bragança.

 

Ricardo Pinto deixa PSD

Ricardo Pinto, que integrava a lista do PSD à câmara de Bragança, deixou o partido. Anunciou que decidiu assumir o “desafio” de integrar o executivo municipal liderado por Isabel Ferreira, “convicto de que o concelho precisa de estabilidade política, de pontes firmes e de diálogo verdadeiro para concretizar projetos e realizar obra”.

Com esta decisão, Ricardo Pinto volta a dar maioria no executivo a Isabel Ferreira, que a perdeu com o facto de Nuno Moreno ter tomado posse como independente.

Dizendo que aceitou integrar o executivo, como vereador, por convicção, dever e amor à cidade que o viu crescer, descartando “vaidade” e “ambição”, Ricardo Pinto admitiu despedir-se do PSD, onde militou 14 anos, “com respeito, gratidão e lealdade”.

“Acredito profundamente que as cidades não se constroem com trincheiras, mas com pontes e que o tempo da política de muros deve dar lugar à política de diálogo e de resultados”, rematou ainda, destacando que “agora é tempo de servir de outro modo, livre de rótulos, mas preso a um só compromisso: o de trabalhar pelo concelho de Bragança, todos os dias, com verdade e com resultados, integrado num executivo cujo único objetivo é pugnar pelo desenvolvimento socioeconómico de Bragança e pela melhoria da qualidade de vida de todos”.

Com esta decisão, Ricardo Pinto volta a dar maioria no executivo a Isabel Ferreira, que a perdeu com o facto de Nuno Moreno ter tomado posse como independente.

Dizendo que aceitou integrar o executivo, como vereador, por convicção, dever e amor à cidade que o viu crescer, descartando “vaidade” e “ambição”, Ricardo Pinto admitiu despedir-se do PSD, onde militou 14 anos, “com respeito, gratidão e lealdade”.

“Estou de consciência tranquila, porque a decisão que tomei com a certeza de que tudo o que faço tem um objetivo maior - Bragança.

Acredito profundamente que as cidades não se constroem com trincheiras, mas com pontes e que o tempo da política de muros deve dar lugar à política de diálogo e de resultados”, rematou ainda, destacando que “agora é tempo de servir de outro modo, livre de rótulos, mas preso a um só compromisso: o de trabalhar pelo concelho de Bragança, todos os dias, com verdade e com resultados, integrado num executivo cujo único objetivo é pugnar pelo desenvolvimento socioeconómico de Bragança e pela melhoria da qualidade de vida de todos”.

Jornalista: 
Carina Alves