Qua, 10/12/2025 - 14:50
Nélida Guerreiro e Sidney Martins estavam acusados de dois crimes de homicídio qualificado, dois crimes de profanação de cadáver, na forma tentada, um crime de incêndio e um crime de furto qualificado na forma tentada, que ocorreram, em Bragança, em julho de 2022. Ao arguido foi ainda imputada a prática de mais um crime de homicídio qualificado e de um crime de ofensa à integridade física qualificada. O coletivo de juízes deu como provados quase todos os factos pelos quais a dupla estava acusada
O Tribunal de Bragança condenou, esta terça-feira, o casal conhecido como Bonnie & Clyde portugueses a 25 anos de prisão efetiva, a pena máxima prevista na lei. O casal terá matado uma família de Donai, pai, mãe e filho.
Nélida Guerreiro e Sidney Martins estavam acusados de dois crimes de homicídio qualificado, dois crimes de profanação de cadáver, na forma tentada, um crime de incêndio e um crime de furto qualificado na forma tentada, que ocorreram, em Bragança, em julho de 2022. Ao arguido foi ainda imputada a prática de mais um crime de homicídio qualificado e de um crime de ofensa à integridade física qualificada. O coletivo de juízes deu como provados quase todos os factos pelos quais a dupla estava acusada.
O advogado de defesa, Carlos Moura, disse não estar satisfeito com a sentença, por se tratar de crimes que foram praticados de atentado à vida. “Fez-se a justiça, na medida em que o Tribunal condenou os arguidos por crimes que são verdadeiramente hediondos, extremamente graves, mas não estamos satisfeitos. Está em causa a morte de três pessoas, que é sempre de lamentar e, portanto, nunca é motivo da satisfação. Porque isto é o resultado de crimes que foram praticados de atentado à vida em relação a pessoas. É óbvio que quando isto está em causa, qualquer que seja o resultado, nunca nos pode deixar satisfeitos”, sublinhou.
Os arguidos foram ainda condenados ao pagamento de uma indemnização à família das vítimas superior a 200 mil euros. “Os valores que tinham sido apontados rondavam os 330 mil euros, foram condenados os dois arguidos em valores na ordem dos 225 mil euros, há ainda um pedido relacionado com os danos causados pelo incêndio no imóvel e nos bens que foi deixado para liquidação em execução de sentença, o que acrescerá a este valor de 225 mil para uma fase posterior”, explicou.
A família residia em Donai, no concelho de Bragança, nomeadamente a mãe, Olga Pires, o pai José Pires e o filho Carlos Pires.
Os crimes ocorreram em dois momentos distintos. O primeiro remonta a 9 de julho de 2022, com a primeira morte, a de Olga Pires. Os dois arguidos elaboraram um plano para furtar droga e dinheiro da casa da família. Sidney tinha conhecimento que Carlos não se iria encontrar na habitação, mas foi surpreendido pela mãe deste, que, ao que tudo indica e segundo a leitura do acórdão, “tentou defender-se, porque apresentava vários cortes no braço”. O arguido com o uso de uma faca golpeou-a 10 vezes, na cara, pescoço e tórax, o que acabou por ser fatal. O companheiro, José Pires, nessa altura ficou apenas ferido.
Dias depois, a 19 do mesmo mês, a dupla regressou a casa das vítimas. Matou Carlos Pires, com 17 facadas, e golpeou José Pires, 24 vezes. Para eliminar os vestígios dos crimes e ocultar os corpos, os arguidos atearam fogo a dois quartos da habitação.
Jornalista:
RitaTeixeira



