Casas disponíveis para venda diminuem em Bragança

PUB.

Ter, 03/05/2022 - 11:40


Há menos casas disponíveis para venda este ano e Bragança não foge à regra

De acordo com um estudo do Idealista, o aumento da procura de imóveis levou a uma queda de 13% no número de casas disponíveis para venda no primeiro trimestre de 2022, a nível nacional. Apesar de em Bragança a diminuição não ser tão acentuada, há agora menos 2% de imóveis no stock do parque habitacional da capital de distrito. Além do aumento da procura, a contração no sector da construção ao longo da última década é um dos motivos para esta diminuição. Há uma procura crescente de habitação pelas pessoas porque durante muitos anos deixou de se construir por isso esta pressão da compra de habitação. Neste momento, temos muitos compradores que não encontram a habitação que eles pretendem”, segundo Nuno Marcos, director-geral da Remax de Bragança. “Por vezes verificamos que na cidade há muitas casas fechadas e as pessoas podem recorrer a nós para fazermos a promoção desses imóveis, porque neste momento há essa procura”, afirma. No entanto, apesar de registar mais procura, no caso desta imobiliária o stock de casas até aumentou em relação ao ano passado já que abriu em Bragança em plena pandemia. “No caso específico da nossa agência, e ao sermos o maior grupo imobiliário em Portugal, nós em Bragança temos, neste momento, um stock de casas muito superior do que há um ano, também estávamos em processo de abertura”, sublinha. Para Alexandra Santos da imobiliária Decisões e Soluções, em Bragança, o problema também passa pela sobrevalorização das casas. “Existe muito mais procura do que propriamente oferta e o mercado de qualidade e em preço é escasso. Temos um vasto leque de clientes à espera de produto interessante para poder comprar, porque o produto novo, no meu entender, está sobrevalorizado e não é apetecível a qualquer tipo de cliente, só a clientes com poder de compra. Tudo o que aparece com qualidade-preço é vendido no espaço muito curto de tempo, mas se está sobrevalorizado a venda é mais demorada”, afirmou. Por isso, a agência imobiliária tem apostado na venda de imóveis usados com o serviço de obras de remodelação Eugénia Batista, da imobiliária Último Pilar, explica que outra das razões para que mais pessoas optem por comprar casa está relacionada com o aumento dos preços das rendas. “O arrendamento na cidade de Bragança cresceu muito, nós estamos a arrendar apartamentos T3 por 450 ou 500 euros. Quando se pede uma renda destas a alguém, a pessoa opta quase sempre comprar, porque é um valor que se calhar vai pagar a um banco ou até menos e fica com casa própria”, afirmou. Segundo um estudo da Imovirtual, face a Abril do ano passado, Bragança regista um aumento de 59,9%, passando a renda média de 398 euros para 636 euros. Mesmo com a retoma da construção, Eugénia Batista considera que ainda não será suficiente para responder à procura. “Notamos que há uma dificuldade em encontrar casas prontas. Há alguma construção na cidade, mas não é suficiente. Temos um prédio, que estará pronto no final do ano, está praticamente vendido, outro pronto para Março/Abril de 2023 também quase tudo vendido. Praticamente, isto tudo, que ainda não está pronto, já está vendido”, destaca. A disponibilidade de casas para venda tem vindo a diminuir em 16 das 18 capitais de distrito.

Jornalista: 
Olga Telo Cordeiro