Qua, 17/08/2005 - 16:35
A organização parte do Nordeste Automóvel Clube (NAC), que conta com o patrocínio do Hotel-Apartamento Dunamar para reactivar aquela que já foi uma das mais emblemáticas provas do Campeonato Nacional de Montanha.
A última edição da rampa decorreu em 1982, num traçado de 4.800 metros, que ainda está na memória dos concorrentes e comissários de prova da época. Quem também não esquece o espectáculo nas curvas da Estrada da Serra são os bragançanos, de quem o NAC espera apoio nos dias da prova.
Segundo o presidente do NAC, José Joaquim Rodrigues, a iniciativa visa “dar resposta aos anseios da população, que muitas vezes perguntava pela reactivação da Rampa”.
A competição, de resto, é um dos três principais projectos do clube automóvel, a par da nova sede (já concretizada) e da construção da pista de Karting.
Este ano, o traçado desenvolve-se ao longo de 4.400 metros da EN 206, onde correrão “máquinas” de grande cilindrada. É o caso do Porche do campeão nacional António Nogueira, que conta com mais de 500 cv. A par do Ford Escort, este foi um dos bólides que a equipa da Régua trouxe a Bragança, num sinal de apoio inequívoco à prova que avizinha. “Ter estes carros aqui é sinal que a Rampa está a mexer”, defende José Joaquim Rodrigues.
“Está nas nossas mãos”
Um dos grandes dinamizadores da prova é António Rodrigues da Silva, figura conhecida do mundo das corridas. Após vários anos de experiência no Clube Automóvel de Vila Real (CAVR) e nas funções de comissário desportivo, Rodrigues da Silva regressa ao mundo da competição. “Tinha prometido acabar com as corridas, mas o vício está cá”, revelou o organizador durante a apresentação da Rampa.
O apoio da Câmara Municipal de Bragança e o patrocínio do Hotel Dunamar encarregaram-se de acabar com as hesitações. “Era inevitável, até porque esta rampa é do melhor que podemos fazer no País”, considera Rodrigues da Silva.
O presidente do NAC também não tem dúvidas. “Vamos proporcionar à população dois dias de festa e de bom espectáculo”, garante José Joaquim.
Para conseguir organizar a prova, o NAC teve de recrutar 50 comissários desportivos em Lisboa, dado que os elementos do CAVR estarão envolvidos noutras competições que decorrem em paralelo. As reacções, até ao momento, são positivas. “Nos contactos efectuados no Autódromo do Estoril houve pilotos que manifestaram a intenção de participar”, sublinhou Rodrigues da Silva.
Com o envolvimento da população e uma organização sem falhas, o responsável considera possível incluir a Rampa no Campeonato Nacional de Montanha. “Está nas nossas mãos conseguir alcançar esse objectivo”, sustenta o responsável.
Segurança reforçada
Do leque de oficiais da prova, apenas Manuel Torres representa Bragança, ao assumir o cargo de director da Rampa. Os restantes serão recrutados no exterior, mas o NAC pretende inverter esta situação, no caso da prova singrar no Campeonato Nacional. “Para o ano esperemos que seja tudo gente de Bragança”, salienta Rodrigues da Silva.
Quanto a condições físicas, o NAC realça o papel das Estradas de Portugal na melhoria da segurança da via, ao passo que o final da Rampa marca a diferença. “É das poucas do País que tem instalações definitivas no final, destinadas ao Gabinete de Imprensa, sala de reuniões dos comissários desportivos e secretariado, pois a Câmara cedeu-nos a Casa da Floresta”, recorda o organizador.
A apresentação da prova contou com a presença de Orlando Lopes, responsável do Dunamar Hotel-Apartamento, que decidiu promover, em terras nordestinas, esta unidade de quatro estrelas situada em Montegordo (Algarve).
O empresário do ramo da hotelaria e construção civil é natural de Fontes Barrosas (Bragança) e justificou o patrocínio com o amor à terra. “Estas coisas merecem ser apoiadas para promover Bragança e trazer pessoas até cá”, explicou Orlando Lopes.