Ter, 06/11/2007 - 10:16
Para divulgar as tradições de Paçó foram criadas duas páginas na Internet, onde os cibernautas podem conhecer os motivos de interesse da localidade. Em www.apqvprf.ipb.pt é divulgado o trabalho desenvolvido pela associação, que procura dinamizar a localidade, mantendo vivas as tradições que vão esmorecendo com o envelhecimento da população. A página da APQVPRF foi elaborada por duas alunas finalistas do curso de Informática de Gestão do Instituto Politécnico de Bragança (IPB), sob a coordenação do professor José Adriano. “O nosso site foi elaborado sem custos para a associação e vai ficar alojado no servidor do IPB”, realçou o presidente da APQVPRF, Amílcar António.
Inaugurado em Dezembro de 2005, o Museu-Escola também pode ser visitado na Internet. Para tal, foi criada a página www.museu-escola.net, que, juntamente com um folheto de divulgação que se encontra no Posto de Turismo de Bragança, pretende mostrar as relíquias guardadas neste espaço, que outrora funcionou como a escola primária da aldeia. A página web, que custou 700 euros, foi financiada pela CoraNE- Associação para o Desenvolvimento dos Concelhos da Raia Nordestina, através do programa Leader+.
Levar os elementos que caracterizam a aldeia além fronteiras é o objectivo da APQVPRF, que se orgulha de contribuir para que Paçó seja visitado por turistas nacionais e estrangeiros. “Já passaram pelo nosso museu centenas de pessoas da região, mas também estrangeiros, nomeadamente franceses”, salientou o responsável.
História de Paçó enaltecida com a colocação de uma placa alusiva ao foral atribuído à aldeia em 1370
Amílcar António gostava que mais localidades do concelho reproduzissem a ideia do museu. “Há várias escolas ao abandono que podiam ser recuperadas, tal como aconteceu com esta que contou com o trabalho de voluntários da aldeia”, sustentou o responsável.
Todos os anos, a associação procura ampliar o museu, através do enriquecimento do seu espólio. “Este ano, fizemos uma recolha de fotos antigas na aldeia, algumas delas com mais de 80 anos, que foram colocadas no museu”, realça Amílcar António.
Este espaço conta, actualmente, com 250 peças ligadas aos trabalhos do campo. Os objectos usados para trabalhar o linho, a lã, o vinho e os utensílios que caíram em desuso na tradicional cozinha transmontana podem ser observados neste cantinho de memórias e recordações.
Em dia de festa, a história da aldeia também foi enaltecida por Inocêncio Pereira, que realçou alguns ilustres da localidade. A colocação de uma placa alusiva ao foral de “Pallaçoyllo de Monte de Carvalhaes”, datado de 8 de Janeiro de 1370, no largo das fontes foi, igualmente, um momento marcante.
Quem resiste na aldeia recorda, com saudade e nostalgia, os tempos em que as festas de rua animavam a mocidade, mas realça que antes se vivia com mais dificuldades, visto que as famílias eram numerosas. Há quem diga que Paçó chegou a ter cerca de 200 habitantes, mas hoje conta, apenas, com 50 residentes.