No lançamento do livro “Um Homem Comum num Tempo Incomum”, onde o autor, António Lacerda Sales, relata a sua experiência enquanto médico e governante no dramático período da pandemia do COVID-19, a uma pergunta da assistência afirmou, sem qualquer rebuço: “entre seguir a lei e salvar duas crianças, escolheria salvar as crianças”.
Opinião

A ação deste romance, saído na Âncora Editora, decorre entre julho de 1904 e a Semana Santa de 1908. Ou seja, quando o protagonista, Sebastião Fonte, termina os preparatórios no Liceu Nacional, encarreirado para o seminário, e, quatro anos depois, casa com Eunice Vasconcelos, sagrados pelo amigo, ex-colega e novo padre Leopoldo Abel. O que aconteceu, neste intervalo?

Não é a primeira vez que abordo este tema das candidaturas eleitorais independentes e bem poderá não ser a última, porquanto ainda faltam três ou quatro meses para as próximas eleições autárquicas, que estão agendadas lá para Setembro ou mesmo Outubro.

Sentam-se à mesa, mas ninguém quer comer porque o prato servido não se consegue engolir. São os loucos do costume. Não se falam, não se entendem e não querem a paz. Sentam-se à mesma mesa para quê?

“Não há puro sangue, em Portugal”. Disse-o Lídia Jorge e repetiu-o Marcelo Rebelo de Sousa, em Lagos, no passado dia 10 de junho na celebração do dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.

Portugal não está em guerra, felizmente, ainda que violentos conflitos armados grassem por perto, dentro do seu próprio espaço vital democrático.

Na rua, empurrada pelo vento, cruzou-se comigo aquilo que pareceu ser uma qualquer folha de jornal.

É difícil escolher e decidir uma ementa que agrade a todos. Mais difícil é engolir o prato que se serve. Ainda mais custoso é se os loucos são mesmo loucos e não estão dispostos a comer seja o que for.

Diziam badalados especialistas na matéria, politólogos, analistas ou simples comentadores, sobretudo políticos de profissão a quem o status quo beneficiava, que não era necessária nenhuma revisão constitucional.

Então, e agora? Pois bem, valendo o que vale, no meu entendimento, agora restam apenas duas tarefas: entender o que se passou e agir em conformidade.